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domingo, 7 de abril de 2013

O DEVER DE CASA DOS PAIS


Quem tem filho na escola percebe logo: o que mais se espera da família é participação e mais participação. Não à toa, ela vive recebendo convites para apresentações de artes, feiras de ciências, festas e eventos esportivos. Sem falar das reuniões de praxe e das eventuais convocações individuais. Tantas tentativas de aproximação têm razão de ser. "Diferentes estudos mostram que a presença dos pais na educação dos filhos é um dos maiores, senão o maior, fator ligado ao sucesso escolar", diz Ernesto Martins Faria, economista e autor do portal Estudando Educação, que reúne pesquisas na área. O especialista em sistemas de avaliação de ensino José Francisco Soares completa: "A probabilidade de isso ter efeito positivo no desempenho dos alunos é tão alta que a busca de uma maior integração escola-família deve ser parte decisiva de qualquer projeto educacional". 

No fundo, ainda que de modo intuitivo, as famílias também sabem o que já é consenso entre os educadores. Em uma pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) com o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, que sondou 840 pais de alunos da rede pública da cidade de São Paulo, os entrevistados consideraram a própria participação na vida escolar do filho como o terceiro fator mais importante para o professor ensinar melhor, atrás de uma boa formação universitária e um salário satisfatório. Na contramão de todas essas constatações, porém, as famílias são cada vez menos presentes. Em outro estudo da FVC, que traçou o perfil dos coordenadores pedagógicos, 78% deles disseram que há pais que se interessam e se envolvem, sim, mas uma parcela significativa nem sequer dá as caras na escola. O mais alegado empecilho é a falta de tempo, já que tanto pais quanto mães hoje cumprem jornadas de trabalho extensas e exaustivas. 

Até quem tenta manter um sistema tête-à-tête nem sempre acerta no tom. "As famílias que conseguem acompanhar a vida escolar do filho de maneira adequada, infelizmente, não são a maioria", estima a psicopedagoga Nívea Fabrício, conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia e diretora do Colégio Graphein, em São Paulo. Na pesquisa da FVC com pais paulistanos, o que foi aprendido em aula e a lição de casa só aparecem em quarto e quinto lugares do ranking de assuntos abordados nos papos com os filhos sobre a escola. Nas três primeiras posições, estão brigas, drogas e colegas de classe. 

Se as famílias falam menos do que o desejado sobre assuntos que interessam diretamente à aprendizagem, imagine ter uma participação mais ativa. Uma análise dos micro-dados recentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), feita por Ernesto Faria a pedido de CLAUDIA, mostrou que 94% dos docentes relacionam as dificuldades dos seus alunos à falta de assistência e acompanhamento dos responsáveis nos deveres de casa e nas pesquisas. 

Segundo a coordenadora pedagógica do Colégio Equipe, em São Paulo, Luciana Fevorin, é mais frequente que os pais de crianças na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental fiquem lado a lado na hora da lição de casa do que os que têm filhos na segunda etapa do fundamental e no ensino médio - estes procuram fazer uma observação global do comportamento com os estudos. Sentar-se junto para assessorar nas tarefas pode ser positivo desde que se respeitem certas regras. 

Mas, mesmo quem não tem brechas na agenda para tanto pode contribuir com a aprendizagem. "Existe uma ideia de que família presente é só aquela que fica, diariamente, ao lado do filho para ajudar a fazer a lição, informando, corrigindo, ensinando. Mas há outras formas efetivas de participação", avisa a pedagoga Débora Vaz, diretora do Escola Castanheiras, em Tamboré, na Grande São Paulo. "Até porque a sistematização de conhecimentos é função da escola, não da família, que deve apenas se preocupar em criar um ambiente rico e propício aos estudos", afirma a socióloga Gisela Wajskop, diretora do Instituto Singularidades, um dos mais bem avaliados cursos de formação de professores. 

Na prática, o papel da família inclui garantir um espaço adequado para a realização das tarefas, dar acesso a fontes de pesquisa, fornecer os materiais necessários, estabelecer com a criança ou o adolescente uma rotina de estudos, cobrar pontualidade, concentração e capricho - até solicitar que o trabalho seja refeito quando, visivelmente, foi produzido só para se livrar da obrigação. Sua principal missão é estimular o comprometimento e uma noção de responsabilidade. "Não se trata de estar do lado no momento da lição para exigir a resposta correta, mas de incentivar desde cedo atitudes coerentes em relação aos estudos", ressalta Débora.


E isso não requer saber os conteúdos ensinados em classe nem ter de reservar muito tempo. Um telefonema durante o dia e uma checagem de cadernos ao chegar do trabalho talvez sejam suficientes para quem quer começar a agir. Assim, já será possível avaliar se seu filho tende a um perfil autônomo e responsável ou se precisa de marcação cerrada - e, então, montar uma estratégia personalizada. 

Ainda que o trabalho não permita ir a todas as reuniões, a participação nas de pais e mestres é importante. São momentos de troca de informações e de travar acordos de expectativas e de procedimentos. "É necessário se informar sobre a realidade da escola e compartilhar com o filho os desafios dele. A criança precisa ver que os pais estão interessados em participar de sua vida", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Movimento Todos pela Educação. 

Claro que a escola precisa fazer a parte dela, orientando os pais e evitando demandas impossíveis. Aliás, cabe às famílias vigiar isso - verificando, por exemplo, se as lições são protocolares, passadas mecanicamente e nem chegam a ser corrigidas. Recentemente, associações de pais dos Estados Unidos, da Espanha e da França manifestaram-se contra tarefas exaustivas, que, em vez de servir como instrumento para o desenvolvimento das crianças, funcionam como uma punição. Foi até lançado pelos americanos o movimento Healthy Homework Guidelines, em prol de deveres de casa estimulantes e não redundantes com o que já foi feito em sala de aula. 

Na Prima Escola, em São Paulo, os deveres de casa tradicionais vira e mexe são substituídos por atividades culturais, como assistir a um documentário ou fazer palavras cruzadas. "Programar uma ida ao Museu da Língua Portuguesa é mais importante do que passar três páginas de exercícios para resolver em casa", defende a diretora, Edimara Lima. A especialista lamenta que as crianças e os jovens de hoje conheçam a Disney, mas, muitas vezes, nunca tenham ido a um teatro. "Por isso, a escola deve procurar ampliar a visão de mundo de seus alunos e incentivá-los a fazer conexões entre as diferentes áreas de conhecimento." 

Os pais, por sua vez, também podem - e devem - colaborar para aumentar a bagagem cultural do filho. E isso produz um impacto altamente positivo. Uma família que frequenta unida museus, cinemas, livrarias e teatros transmite a mensagem de que o conhecimento é um bem valioso, ajudando a construir bases sólidas para uma aprendizagem mais significativa. Do mesmo modo, é essencial participar dos eventos artísticos e esportivos organizados pela escola. Até porque é uma maneira de os pais criarem uma proximidade maior com o ambiente escolar do filho, o que os torna ainda mais aptos para conversar sobre todas as questões que ocorrem ali. 

A educadora Luciana Fevorin enfatiza que, nas chances de falar sobre a escola ou de estar nela, a família deve observar o tipo de vínculo estabelecido pela criança ou pelo adolescente com o ato de aprender. "Os pais precisam ver se o filho aceita desafios ou se intimida diante deles, se lida bem com correções, se é muito exigente consigo mesmo ou, pelo contrário, faz qualquer coisa para se livrar das tarefas e o que diz sobre professores e amigos", explica. Nem é tanto assim, até para a mãe que tem carreira e é muito ocupada. 

PARCERIA AFINADA 

Se você é daquelas mães que preferem (e podem) se sentar do lado do filho na hora de realizar a tarefa do dia, atenção para estas quatro dicas que vão ajudá-la a não ultrapassar os limites

1. Não caia na tentação de resolver todas as dúvidas que a criança encontrar sem nem deixá-la pensar e praticamente fazendo a tarefa em seu lugar. A lição de casa é um momento para ela exercer a autonomia. 
2. Cuidado com o perfeccionismo: não queira corrigir tudo. Arrumar erros de grafia de palavras, por exemplo, pode atropelar as etapas de alfabetização. Em qualquer série, isso impedirá que o professor note as dificuldades de seu filho e intervenha de forma adequada. 
3. Estimule o raciocínio. Ou seja, em vez de dar respostas prontas para as perguntas que surgirem, exponha exemplos que façam a criança pensar e tirar as próprias conclusões. 
4.   Evite críticas, porque interferem na autoestima e criam inseguranças.

domingo, 15 de maio de 2011

AULA CRONOMETRADA - REVISTA VEJA

As avaliações oficiais para medir o nível do ensino no Brasil têm se prestado bem ao propósito de lançar luz sobre os grandes problemas da educação – mas não fornecem resposta a uma questão básica, que se faz necessária diante da sucessão de resultados tão ruins: por que, afinal, as aulas não funcionam? Muito já se fala disso com base em impressões e teoria, mas só agora o dia a dia de escolas brasileiras começa a ser descortinado por meio de um rigoroso método científico, tal como ocorre em países de melhor ensino. Munidos de cronômetros, os especialistas se plantam no fundo da sala não apenas para observar, mas também para registrar, sistematicamente, como o tempo de aula é despendido. Tais profissionais, em geral das próprias redes de ensino, já percorreram 400 escolas públicas no país, entre Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Em Minas, primeiro estado a adotar o método, em 2009, os cronômetros expuseram um fato espantoso: com aulas monótonas baseadas na velha lousa, um terço do tempo se esvai com a indisciplina e a desatenção dos alunos. Equivale a 56 dias inteiros perdidos num só ano letivo.

Já está provado que a investigação contínua sobre o que acontece na sala de aula guarda relação direta com o progresso acadêmico. Ocorre, antes de tudo, porque tal acompanhamento permite mapear as boas práticas, nas quais os professores devem se mirar – e ainda escancara os problemas sob uma ótica bastante realista. Resume a especialista Maria Helena Guimarães: "Monitorar a sala de aula é um avanço, à medida que ajuda a entender, na minúcia, as razões para a ineficácia". Não é de hoje que países da OCDE (organização que reúne os mais ricos) investem nessas incursões à escola. Os americanos chegam a filmar as aulas. O material é até submetido aos professores, que são confrontados com suas falhas e insucessos. Das visitas que fez a escolas nos Estados Unidos, o pedagogo Doug Lemov depreendeu algo que a breve experiência brasileira já sinaliza: "Os professores perdem tempo demais com assuntos irrelevantes e se revelam incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital".
Numa manifestação de flagrante corporativismo, os professores brasileiros chegaram a se insurgir contra a presença dos avaliadores dentro da sala de aula. Em Pernambuco, o sindicato rotulou a prática de "patrulhamento" e "repressão". Note-se que são os próprios professores que preferem passar ao largo daquilo que a experiência – e agora as pesquisas – prova ser crucial: conhecer a fundo a sala de aula. Treinados pelo Banco Mundial, os técnicos já se puseram a colher informações valiosas. Afirma a secretária de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin: "Pode-se dizer que o cruzamento das avaliações oficiais com um panorama tão detalhado da sala de aula revelará nossas fragilidades como nunca antes". Nesse sentido, os cronômetros são um necessário passo para o Brasil deixar a zona do mau ensino.
 Roberta de Abreu Lima
Fonte: Revista Veja - Edição 2170/ 13 de junho de 2010, disponível em:
http://veja.abril.com.br/230610/aula-cronometrada-p-122.shtml


Leia na postagem abaixo uma carta escrita em resposta a esta reportagem...

CARTA DE UMA PROFESSORA À REVISTA VEJA

Recebi um email contendo uma carta escrita por uma professora e enviada para a Revista Veja, não tenho certeza se realmente foi escrita pela pessoa que assina, nem se realmente foi enviada a referida revista; mas o conteúdo dela é a mais triste e pura realidade.

Acho que essa carta serve como um "desabafo coletivo" dos proessores brasileiros.

Eu fico indignada quando ouço dizer que os professores são incapazes e mal-formados. É claro que não somos os donos da verdade e não sabemos tudo. Mas, somos competentes sim, estudamos muito para poder exercer nossa profissão, fazemos graduação, especialização, quando possível, mestrado e doutorado, participamos de cursos e mais cursos, formações, seminários, capacitações, etc., Vivemos  sobre os livros e hoje na internet também, pesquisando, correndo atrás da informação, nos atualizando, estudando sempre, elaborando planos de aula, corrigindo "calhamaços" de avaliações. Que outro profissional chega em casa e em vez de descansar, vai planejar para o dia seguinte? Ganhamos pouco sim, pois gastamos muito na nossa formação e nossa carga horária não restringe-se as aulas dadas na escola, trabalhamos muito em casa; nossos pais, esposos (as), filhos que o digam. Amo muito minha profissão, dou aula com prazer, esforço-me, estou sempre buscando melhorar, mas infelizmente, quando tiver uma oportunidade fora do magistério, acho que não pensarei muito para "cair fora". É uma profissão maravilhosa, mas mal-paga, mal valorizada e muito desgastante, além de que atualmente, a indisciplina e falta de educação da maioria dos alunos tem "destroçado" o ensino brasileiro. E não venham culpar os professores, porque EDUCAÇÃO e DISCIPLINA vem de casa, a família é que tem essas atribuições, nós só podemos complementá-la.

Bom, acabei desabafando, também, aqui vai a tal cartinha:

     Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

     Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.
    
    Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

    Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.     Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”.

    Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

    Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

    Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?

    E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

    Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

    E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração.
    Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

    Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

    Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

    Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

    E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

    Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

    Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade..

    Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

    Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

    Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.

    Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.