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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

ABORDAGEM DA HISTÓRIA LOCAL NOS ANOS INICIAIS

1. INTRODUÇÃO 

O Ensino da História no Brasil, após sua introdução oficial nos programas escolares em 1931, passou por diferentes processos de transformação. Na segunda metade da década de 1990, o Ministério da Educação elaborou e divulgou os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento que sugere os conteúdos a serem privilegiados nas séries iniciais do ensino fundamental. No caso específico da História, indicam a relevância de se trabalhar conteúdos relacionados à História Local. É importante lembrar que essas mudanças propostas apenas lentamente chegam às escolas dos sistemas de ensino, particularmente às redes municipais responsáveis pelas séries iniciais de escolarização. Por outro lado, dificuldades específicas são apontadas pelos professores que, em número significativo, não são licenciados. Formação, condições objetivas de trabalho e inadequação de materiais didáticos sobre a localidade têm sido apontados pelos docentes e pelos técnicos de Secretarias Municipais da Educação como problemas. 



2. O ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL: UM ESPAÇO PARA REFLEXÃO 

O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. Assim sendo, o ensino de História Local pode configurar-se como um espaço de construção da reflexão crítica da realidade social, considerando-se que o local e o presente são referentes para o processo de construção de identidade. Embora esse campo de conhecimento ainda não esteja suficientemente explorado pela pesquisa científica, demonstrado pela incipiente quantidade de trabalhos publicados sobre o tema, o seu estudo constitui-se em uma necessidade de aprofundamento para todos os pesquisadores interessados no ensino de História na 1ª fase da escola fundamental. 




3. O ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL: UM ESPAÇO PARA REFLEXÃO II 

Embora o estudo do ensino da História Local e Regional venha sendo bastante
discutido, existe uma dissociação entre o que é proposto e o que é desenvolvido na formação de crianças. De acordo com Fonseca (1992), as fontes e os documentos disponíveis aos professores produzidos pelas prefeituras, pelos órgãos administrativos locais, visam à transmissão das idéias do grupo conservador do poder político ou econômico, levando alunos e professores a se limitarem à preservação da memória da elite local, contribuindo para a construção de uma identidade coletiva e individual a partir desse referencial. Como diz Fonseca: Uma identidade constrói-se a partir do conhecimento, da forma como os grupos sociais de pertença viveram e se organizaram no passado, mas também da verificação da forma como se estruturam para fazer face aos problemas do presente, tendo um componente que aponta para o futuro, pelo modo como este se prepara por meio da fixação de objetivos comuns (FONSECA, 1992 ,p, 106). 




4. O ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL: UM ESPAÇO PARA REFLEXÃO III 

O estudo sobre o meio real do indivíduo deve ter como ponto de partida a análise da atividade exercida pelo educando no seu meio, compreendendo assim, as ações humanas no decorrer de toda sua história. Este viés tem a pesquisa como enfoque metodológico para o ensino de História, numa dimensão interdisciplinar e transversal do ensino, propondo ao professor um trabalho pautado na pedagogia de projetos como um instrumento facilitador da aprendizagem, que permite a interação da História com as demais disciplinas do conhecimento escolar e dos conteúdos de ensino com a realidade do aluno (BORDONI, 2000). Pautar o ensino na perspectiva de construção, preservação e valorização do meio é promover a transformação da cultura contemporânea. Diante disso, sugere-se aos professores o desenvolvimento de uma prática de ensino voltada para a preservação dos bens culturais do patrimônio da cidade como ferramenta essencial na construção de uma nova cidadania e identidade do homem. Como afirma o poeta Mario de Andrade: “Defender nosso patrimônio histórico e artístico é alfabetização”.




5. COMO E O QUE TRABALHAR: ALGUMAS SUGESTÕES 

Acreditar que o método de ensino através da pesquisa é, atualmente, uma das melhores formas de desenvolver no jovem estudante a capacidade de ordenar e criar conhecimento, tirando do professor o ônus de ser o “dono do saber”, fazendo com que ele se torne um orientador, que aprende e produz conhecimento junto com seus orientados. Desse modo, a criança poderá organizar suas idéias e aprender através do debate e da descoberta.
A pesquisa como forma de “criar” um novo conhecimento deve se sobrepor ao péssimo hábito de nossas escolas de estimular a simples clonagem de um conhecimento já existente. O desenvolvimento dessa habilidade deve começar junto com a aprendizagem escolar, ou seja, já no primeiro ano de escolarização. Segundo Knass: (...) o processo de aprendizagem confunde-se com a iniciação à investigação, deslocando a problemática da integração ensino-pesquisa para todos os níveis de conhecimento, mesmo o mais elementar. A pesquisa é, assim entendida, o caminho privilegiado para a construção de autênticos sujeitos do conhecimento que se propõem a construir sua leitura de mundo.” 




6. COMO E O QUE TRABALHAR: ALGUMAS SUGESTÕES II 

O primeiro passo para o desenvolvimento de um trabalho de educação patrimonial voltado para o ensino de História Local seria a apresentação do professor ao documento. Ele deverá entender que o documento é um importante instrumento de trabalho que pode ser utilizado de diversas formas na sala de aula. Os jornais, por exemplo. Dos mais antigos – que datam do século XIX – aos mais recentes, encarados como fontes de pesquisa para o professor e para o aluno. O professor deve entender que o documento deve ser trabalhado de forma cooperativa, ou seja, junto com o aluno, não como um dado, mas como um instrumento de pesquisa através do qual ele e o aluno alcançarão junto o conhecimento. O trabalho com jornais pode variar desde a análise critica das notícias veiculadas e sua apresentação textual até a confecção de um jornal pelos próprios estudantes. Trabalha-se também a interdisciplinaridade, através da leitura e da análise do documento, onde o professor poderá trabalhar a questão da evolução da língua portuguesa, do comportamento social – como as relações afetivas e a violência, por exemplo -, a evolução da propaganda e dos meios de produção. 




7. COMO E O QUE TRABALHAR: ALGUMAS SUGESTÕES III 

As construções antigas da cidade são outro documento importante. Elas podem ser mapeadas, juntos com os alunos, que podem investigar em seus bairros, os edifícios mais velhos, seus antigos donos e suas famílias. Eles podem recriar a cidade a partir de fotos antigas, através de um mapa ou através de uma maquete. Trabalhar com material concreto antecede à criação do conhecimento abstrato. Ele deve criar o hábito de relatar suas experiências e a valorizá-las como forma de registro histórico. Visitas guiadas são outra opção, extrapolando o ambiente formal da sala de aula. Elas podem ser realidades no próprio bairro, nas ruas centrais da cidade, incentivando o aluno a observar e a descrever o que vê. Uma visita ao cemitério, algo que pode parecer à primeira vista sem nexo, é uma atividade enriquecedora, pois lá a criança poderá ter um contato mais íntimo com o passado. Entre túmulos e mausoléus ela irá observar obras de arte e até mesmo verificar como mesmo as homenagens aos mortos sofrem transformações com o tempo. Ela irá se deparar com túmulos de familiares e de pessoas que possuem o seu sobrenome e que viveram antes dela. Verá que até mesmo o cemitério, enquanto espaço do passado, está sujeito ao dinamismo do presente. 




8. COMO E O QUE TRABALHAR: ALGUMAS SUGESTÕES IV 

A criança poderá explorar o universo da pesquisa, e descobrir que a História é dinâmica e que ela participa da história como sujeito. O professor por sua vez, terá que seguir todos os passos ao lado do estudante e aprender a criar o seu método. Algo simples e prático, mas que poucos fazem é o registro das experiências, mesmo daquelas não alcançaram os objetivos propostos, como referencial para futuros projetos. O planejamento bem feito oferece como retorno o enriquecimento não só do educando, mas, sobretudo, do educador. Um trabalho de educação patrimonial pode envolver toda a comunidade, mas deve começar pela escola. Um argumento normalmente utilizado pelas pessoas é de que no município pouca gente sabe o que é cultura, o que é memória e, portanto, qualquer iniciativa nesse sentido estará fadada ao fracasso. Mas não é justamente a ausência desta consciência que deve orientar o trabalho de preservação? 




9. FONTES ORAIS E A HISTÓRIA LOCAL 

Um trabalho com a memória na escola exige um investimento muito grande do
professor, necessita de apoio da escola, dos alunos e da comunidade. A parte inicial de sensibilização dos alunos e da comunidade tem um peso significativo no sucesso de um trabalho com a memória. Percebe-se que é mais fácil conseguir o apoio de pessoas que participaram mais diretamente da construção do bairro. Quando os membros da comunidade "não se sentem participantes” da História Local recebem com muita desconfiança o pedido para colaborarem com um projeto que pretende reconstituir, a partir de suas lembranças, uma memória coletiva do local onde moram, independentemente do tempo de convivência e do engajamento. Pesa nesses casos, a suspeita de que a escola está querendo ingerir-se na individualidade dos entrevistados, pois muitas vezes, eles não têm o sentimento de pertencimento, não se sentem como alguém que tenha algo a falar, ou como alguém que possa constituir-se em uma referência para a memória do bairro. Há tantas memórias quantos grupos de pertencimento. Em cada um, o que guia as relações de referência passadas é a escolha de identificação, são as situações reais, as rivalidades de interesse e conflitos do presente. 



10. FONTES ORAIS E A HISTÓRIA LOCAL II 

A memória entendida como a presença do passado, é também uma representação seletiva do passado, um passado que nunca é aquele do indivíduo somente, mas do indivíduo inserido num contexto familiar, social, nacional (ROUSSO, 1996, 94), “podemos, portanto dizer que a memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução em si" (POLLAK, 1992, p. 204). As discussões e os trabalhos contemporâneos sobre o uso da memória na história e na educação têm mostrado que ela pode dar uma significativa contribuição nestes dois campos. Os historiadores do tempo presente, que trabalham na construção de memórias contemporâneas, tentam identificar, além do mero discurso histórico, as formas múltiplas e possivelmente conflitantes de rememoração e utilização do passado (CHARTIER, 1996, p. 216). 




11. FONTES ORAIS E A HISTÓRIA LOCAL III 

Com relação ao ensino de História, as versões públicas e autorizadas do passado gratificam, privam ou manipulam aqueles que a recebem, mas podem também, da mesma forma, ser praticamente refutadas se elas se impõem contra si. É completamente ilusório pensar que a história ensinada – que não é senão uma das versões do passado – possa definir diretamente a memória geral dos alunos, e no fim, a dos adultos de amanhã. O Ensino de História contribui para partilhar aos jovens a memória atual dos adultos, mas é necessário notar que a memória social – uma fórmula imaginada – longe está de ser apenas uma lembrança, é isto sim, uma obra de recomposição e de comunicação, obra eventualmente conflituosa e disputada. (MONIOT, 1993, P. 39). Para reconstituir parte da memória do local e recompor o objeto de ensino da História é interessante utilizar como metodologia a História oral, pois discussões mais recentes colocam essa metodologia mais como uma forma de estabelecer e ordenar procedimentos de trabalho e produzir fontes para a História. “Porém essa" fonte "não é nem mais nem menos importante para os historiadores que lidam com a história da recordação de um acontecimento do que o é para aqueles que lidam com o próprio acontecimento”. (ROUSSO, 1996, p. 98). 




12. HISTORIOGRAFIA ESCOLAR NO BRASIL: CAMINHOS DIFERENTES 

Utilizar fontes para o trabalho na escola é uma necessidade, pois o conteúdo sugerido no ensino das séries iniciais é bastante centrado na realidade do aluno, e muitas vezes, o professor não encontra disponível uma produção sobre história local que possa subsidiar o seu trabalho. Ainda hoje, é possível distinguir na historiografia escolar das séries iniciais no Brasil, predominantemente, dois caminhos: um que privilegia e se limita a transmitir uma memória nacional, enfocada como a memória do povo brasileiro como um todo e centrada na reprodução de fatos e personagens considerados e construídos tradicionalmente como relevantes por uma elite nacional; outro que sugere o trabalho com a história local, partindo da realidade do aluno, mas que permanece muitas vezes nela, ou seja, não estabelece uma relação com a história regional ou nacional, ou mesmo entre a identidade do aluno com a sua identidade social. 




13. A VALORIZAÇÃO DA FONTE ORAL 

Em experiências realizadas em outros países (França, Inglaterra, EUA) e aqui no Brasil, observa-se que as crianças valorizam muito a entrevista com os adultos. É uma forma de contribuir para abrir a escola ao exterior, facilita as atividades dos alunos e, proporciona, embora com limitações, um contato com um passado próximo. Trata-se de uma proposta pedagógica que prioriza o trabalho com as fontes orais da comunidade para produzir um saber em História centrado na criança, permitindo que ela adquira gradualmente autonomia no processo de conhecimento do passado do seu meio social e local (VIDIGAL,1995). A base para um trabalho centrado na memória são as representações que a criança possui de sua família, seus vizinhos e o contato com fotografias, antigas cartas, documentos, recortes de jornais e as lembranças de pessoas da comunidade. O estudo da História Local, em "bairros novos" deve ser diferenciado de lugares onde existe uma “memória longa” (CITRON, 1994) onde várias gerações interagem, convivem e se identificam com os lugares de memória. O que não invalida uma proposta de trabalho com a memória de pessoas da comunidade que possam contribuir para levantar dados sobre a constituição do bairro e da identificação de alguns lugares de memória já definidos pelos grupos que ali residem há mais tempo. 




14. A VALORIZAÇÃO DA FONTE ORAL II 

O problema da verdade histórica é abordado a partir da Memória Coletiva como fonte alternativa de reconstrução do passado, proporcionando, no presente, vez e voz aos discriminados, oprimidos, menosprezados e ofuscados pelo discurso do poder. Com efeito, esse tipo de discurso fora utilizado durante muito tempo pela historiografia tradicional, que priorizava a História Oficial ou vista de cima, com base em documentos escritos de cunho político governamental selecionados tendenciosamente como única fonte credora de confiabilidade. A questão da hierarquização das fontes históricas é analisada dentro de uma abordagem dialética, onde se alerta para o risco que os historiadores tendem a correr. Neste sentido, é necessário dispensar atenção para não se cometer o equívoco, antes praticado pela historiografia tradicional. É preciso precaução para não se priorizar somente as fontes orais, mas procurar redimensioná-las com fontes escritas, visando uma investigação cada vez mais aprofundada, a fim de se chegar à realidade ou às realidades pretendidas ao final do processo investigativo. Por último, ressalta-se a importância da memória, em tempos de globalização e da crescente demanda do mercado econômica que insiste transformar o mundo em uma aldeia global. Este fato tem como conseqüência o processo de aculturação, no qual se verifica a perda da soberania dos Estados Nacionais atingindo, intensamente, a identificação e os costumes próprios de um povo. 




15. OS LUGARES DE MEMÓRIA 

Discutir a necessidade de preservação patrimonial pode levar os alunos a uma consciência de que os lugares da memória podem ser definidos pela comunidade como um todo, e que não é a perspectiva temporal que vai definir o que deve ser preservado, não é simplesmente identificar os lugares mais antigos para considerá-los lugares de memória. Essa memória pode ser construída pela seleção de “alguns lugares da memória” como, por exemplo, associações e grupos culturais, um monumento natural, artesanato, fatos, eventos, lendas, lugar público de destaque, monumento dentre outros. “Os lugares da memória são, antes de tudo, restos. A forma extrema onde subsiste uma consciência comemorativa numa história que a chama, porque ela a ignora. Uma forma de entrar em contato com o passado é aprender que as ruas ou campos em torno de uma casa ou escola eram diferentes, antes que determinados grupos tivessem ali chegado; outra forma bem diferente é ter esse conhecimento por meio de lembranças do passado, vivas ainda na memória dos mais velhos do lugar, da afetividade deles por aqueles campos, dos vizinhos e casas em determinada rua, do trabalho em determinada loja” (THOMPSON, 1992, p. 30). 



16. ESTUDO DA HISTÓRIA LOCAL: CONSTRUINDO A IDENTIDADE DO ALUNO 

Discutir sobre o uso de fontes é quase lugar comum entre os trabalhos que propõem inovações possíveis no ensino de História. Para atender as propostas dos PCNs séries iniciais (BRASIL, PCN, 1997, p. 89-95) o professor deve trabalhar com História Local, deve suscitar reflexões a partir da realidade do aluno, estudando a escola, o bairro, enfim o local onde o aluno estuda e reside. No entanto, o professor que atua na escola nem sempre consegue entender a complexidade que é o trabalho com História a partir de documentos - de que forma ele poderia promover algum saber com seus alunos utilizando, por exemplo, a fonte oral. Por outro lado, fica sempre a pergunta, num estudo mais acadêmico, da validade deste tipo de experiência no ensino de História, mas atualmente, são inúmeros os trabalhos (THOMPSON; VIDIGAL; LUC; SITTON et al e LEME et al.), que relatam iniciativas deste tipo, colocando claramente as vantagens desse trabalho desde as séries iniciais, para a construção da identidade do aluno, para que ele possa a partir dessa construção estabelecer relações com o passado e com outras realidades. 




17. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR COMO DIFICULDADE MAIOR NO ENSINO DA HISTÓRIA NAS SÉRIES INICIAIS 

A dificuldade maior que se apresenta para um trabalho mais aprofundado em História na escola é, sem dúvida, a formação do professor. O professor das séries iniciais tem ainda uma formação muito limitada nas áreas do conhecimento que ele deveria trabalhar na escola. Observa-se ainda, uma tendência em privilegiar determinadas áreas do conhecimento em que faz aparecer a noção. O que secreta, veste, estabelece, constrói, decreta, mantém pelo artifício e pela vontade de uma coletividade fundamentalmente envolvida em sua transformação e sua renovação. Valorizando, por natureza, mais o novo do que o antigo, mais o jovem do que o velho, mais o futuro do que o passado. (NORA, 1997, 28-29) em detrimento de outras, desta forma, a História não é tida como uma disciplina que mereça muito esforço, muito investimento. Por outro lado, qualquer trabalho que envolva pesquisa partindo de um projeto, exige uma dedicação maior, ainda que a proposta possa ser desenvolvida interdisciplinarmente. Investir em uma área que não é considerada nobre seria romper com a ênfase disciplinar pela qual o professor foi formado, e ele fica incomodado em dispensar um tempo maior para o estudo com o passado. 




18. O ENSINO DA HISTÓRIA: O SUJEITO EM FOCO 

“Para romper com um sistema de saberes que só se “aguenta’’ pela defesa de territórios profissionais, segundo Citron, é necessário lutar por uma educação centrada no sujeito, principalmente no contexto de desestruturação social e cultural predominante no mundo hoje". Converter o sistema escolar que, pelo seu quadro institucional, continua a ser um sistema estatal de “instrução”, num verdadeiro serviço de educação pública, consiste em primeiro lugar, em repor a educação sobre seus próprios pés fazendo da criança, do jovem, do adulto, o centro, o fim, a razão de ser da ação pedagógica, em lugar das disciplinas idolatradas. Priorizar o sujeito é dar-lhe os meios para construir a sua pessoa, para compreender o mundo em que vive, para se descobrir passo a passo na imagem que os outros lhe dão e no seu próprio narcisismo, para aprender a comunicar, criar, lutar, construir". (1990, p.117). Para trabalhar com uma educação centrada no sujeito, Citron alerta que é preciso descompartimentar a formação de professores, não é de maneira nenhuma renunciar ao saber, mas sim remodelar, reconstruir, isso requer um alargamento na concepção do papel educativo e uma nova forma de conceber o espaço escolar. 




19. O ENSINO DA HISTÓRIA: O SUJEITO EM FOCO II 

Trabalhar o ensino de História com documentos/fontes é uma grande demanda do presente. Debates, congressos, instituições escolares, programas oficiais recomendam o trabalho com documentos/fontes e dentre eles se encontra indicada a fonte oral. Uma primeira questão a ser levada em consideração quando se trabalha com a fonte oral é com relação ao domínio pelos alunos da dimensão temporal do tempo vivido. A segunda questão remete a chamada transposição didática dos saberes, não basta somente pesquisar, fazer entrevistas com pessoas da comunidade é necessário também suscitar com o material uma aprendizagem, um saber escolar. Esse tipo de experiência contribui para a formação continuada de professores? Para o professor significa um modo de romper com os limites impostos profissionalmente e coloca para ele a possibilidade de participar ativamente na produção do saber escolar. Ao mesmo tempo em que mostra a importância das fontes orais para o ensino de História, confirma a importância do investimento na formação continuada de professores. Projetos de investigação-ação vêm tomando grande impulso na Europa e aparentemente de forma ainda tímida no Brasil. 




20. CONCLUSÃO 

O ensino de História teve sua trajetória pautada na memorização e repetição oral dos textos escritos, comprometido com o civismo e uma moral religiosa, com a finalidade de perpetuar a história dos “heróis” da classe dominante, deixando no anonimato outros sujeitos que construíram o cotidiano das relações socioculturais, econômicas e políticas. Mais recentemente, com outros olhares, novos caminhos têm sido trilhados no sentido de tornar a História uma ciência e uma disciplina escolar próxima das realidades nunca estudadas, privilegiando o lócus de vivência do aluno, com o eixo temático História Local, contribuindo para uma aproximação prazerosa do aluno com este campo do conhecimento. Apesar dessa nova concepção metodológica da História, o ensino dessa disciplina nas primeiras séries do Ensino Fundamental tem revelado os resquícios da cultura historiográfica ainda centrada num paradigma conservador, observado através de pesquisas de que os professores que atuam nessa modalidade de ensino trabalham os conteúdos de História de forma fragmentada, baseada numa concepção de História cronológica. Por conta dessa inegável realidade, a história brasileira, muitas vezes, contou a história vista de cima, oficializada, valorizando grandes feitos praticados pelos heróis nacionais reconhecidos pela classe dominante. 



EXERCÍCIOS 

1-O Ensino da História no Brasil, após sua introdução oficial nos programas escolares em 1931, passou por diferentes processos de transformação. Na segunda metade da década de 1990, o Ministério da Educação elaborou e divulgou os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento que sugere os conteúdos a serem privilegiados nas séries iniciais do ensino fundamental. No caso específico da História, indicam a relevância de se trabalhar conteúdos relacionados à História Local. 

( ) SIM          ( )NÃO 



2-. O ensino de História teve sua trajetória pautada na memorização e repetição oral dos textos orias, comprometido com o civismo e uma moral religiosa, com a finalidade de perpetuar a história dos “heróis” da classe baixa, deixando no anonimato outros sujeitos que construíram o cotidiano das relações socioculturais, econômicas e políticas. 

( ) SIM             ( )NÃO 


3-Apesar dessa nova concepção metodológica da História, o ensino dessa disciplina nas primeiras séries do Ensino Fundamental tem revelado os resquícios da cultura historiográfica ainda centrada num paradigma conservador, observado através de pesquisas de que os professores que atuam nessa modalidade de ensino trabalham os conteúdos de História de forma fragmentada, baseada numa concepção de História cronológica. 

( ) SIM                       ( )NÃO 





4. O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem, mas não atuam. 

( ) SIM                        ( )NÃO 


5. O ensino de História Local pode configurar-se como um espaço de construção da reflexão crítica da realidade social, considerando-se que o local e o presente são referentes para o processo de construção de identidade. 

( ) SIM                       ( )NÃO 

A IMPORTÂNCIA DA RECREAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL

1. RECREAÇÃO

A palavra recreação vem do latim recreare e significa "criar novamente” no sentido positivo, ascendente e dinâmico. A definição de recreação pode ser achada no termo inglês "PLAY" significado que o homem encontra uma verdadeira satisfação e alegria no que está fazendo. Representa uma atividade que é livre e espontânea na qual o interesse se mantém por si só, sem nenhuma compulsão interna ou externa de forma obrigatória ou opressora. Recreação significa satisfação e alegria naquilo que faz. Retrata uma atividade que é livre e espontânea e na qual o interesse se mantém por si só, sem nenhuma coação interna ou externa de forma obrigatória ou opressora, afora e prazer. Recreação é o relaxamento do organismo e da mente. É diversão, renovação, recuperação. É a atividade livremente escolhida exercida nas horas de lazer ativa ou passiva, individualmente ou em grupo, organizada ou espontânea. A recreação tem o objetivo de criar condições ótimas para o desenvolvimento integral das pessoas, promovendo a sua participação individual e coletiva em ações que melhorem a qualidade de vida a preservação da natureza e afirmação dos valores essências da humanidade.



2. OS JOGOS

Os jogos surgiram na Grécia como forma de diversão passando mais tarde a serem aperfeiçoados e estudados por grandes mestres a fim de tomá-lo parte do desenvolvimento educacional da criança. Depois da segunda guerra mundial e com a criação da ACM. Associação Cristã de Moços em vários países, o jogo como um fator educacional, começou a ocupar espaço. Se uma atividade recreativa permite alcançar vitória, ou seja, pode haver um vencedor, estamos tratando de um jogo. O jogo busca um vencedor. Jogo é uma atividade física, e/ ou mental que favorece a socialização obedecendo a um sistema de regras, visando um determinado objetivo, sendo uma atividade que tem começo, meio e fim, regras a seguir e um provável vencedor. O jogo educativo é um elemento de observação e conhecimento metodológico da psicologia da criança, suas tendências, qualidades, aptidões, lacunas e defeitos.



3. A INTERRELAÇÃO APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde que a criança passa a ter contato com o mundo. Na interação com o meio social e físico a criança passa a se desenvolver de forma mais abrangente e eficiente. Isso significa que a partir do envolvimento com seu meio social são desencadeados diversos processos internos de desenvolvimento que permitirão um novo patamar de desenvolvimento. A criança, por meio da observação, imitação e experimentação das instruções recebidas de pessoas mais experientes, vivencia diversas experiências físicas e culturais, construindo, dessa forma, um conhecimento a respeito do mundo que a cerca. Para que esses conceitos sejam desenvolvidos e incutidos no aprendiz, o meio ambiente tem que ser desafiador, exigente, para poder sempre estimular o intelecto e a ação motora desta pessoa. No entanto, não basta apenas oferecer estímulos para que a criança se desenvolva normalmente, a eficácia da estimulação depende também do contexto afetivo em que esse estímulo se insere, essa ação está diretamente ligada ao relacionamento entre o estimulador e a criança. Portanto, o papel da escola no âmbito educacional deve ser o de sistematizar esses estímulos, envolvendo-os em um clima afetivo que serve para transmitir valores, atitudes e conhecimentos que visam o desenvolvimento integral do ser humano.



4. MOTROCIDADE, EMOÇÃO E PENSAMENTO

O principal instrumento da educação física é o movimento, por ser o denominador comum de diversos campos sensoriais. O desenvolvimento do ser humano se dá a partir da integração entre a motricidade, a emoção e o pensamento. No caso específico da educação física, o profissional dessa área possui ferramentas valiosas para provocar estímulos que levem a esse desenvolvimento de forma bastante prazerosa: a brincadeira, o jogo e o esporte. A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a imaginação que é um modo de funcionamento psicológico especificamente humano, que não está presente nos animais nem na criança muito pequena. A partir da utilização da imaginação, a criança deixa de levar em conta as características reais do objeto, se detendo no significado determinado pela brincadeira. Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento.



5. O FATOR CULTURAL

Os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as diversas formas de ginástica estão presentes na cultura, influenciando o comportamento, transmitindo valores, fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, seja como prática nos momentos de lazer, seja como possibilidade para a atuação profissional ou de apreciação na mídia. Na escola, o ensino da Educação Física pode e deve incluir a vivência dessas modalidades como conteúdos, ampliando as possibilidades de os alunos compreenderem, participarem e transformarem a realidade. No entanto, os professores polivalentes, com formação em Magistério, ou em Pedagogia, e os especialistas, graduados em Educação Física, avaliam, muitas vezes, o ensino da área como inadequado, refletindo uma prática que se apoia em um processo seletivo de alunos aptos para o padrão competitivo. Excluem-se, nesse processo seletivo, muitos dos que não conseguem o desempenho esperado em um tempo predeterminado para o desenvolvimento de tais capacidades. É preciso reconhecer que a ação educativa, quando centraliza o processo de ensino e aprendizagem em sequencias pedagógicas que têm como referência um aluno ideal e não o aluno real, pode redundar em fracasso. A partir dessa constatação, propomos que nesta série sejam discutidos não só os diferentes jeitos de fazer e aprender, mas também os diferentes tempos necessários para aprendizagem, baseados em situações reais do cotidiano escolar.



6. EDUCAÇÃO FÍSICA E DIVERSIDADE

A perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem busca o desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a participação social e a afirmação de valores e princípios democráticos. Os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, como os padrões de beleza e saúde, desempenho, competição exacerbada, que se tornaram dominantes na sociedade, e o seu papel como instrumento de exclusão e discriminação social. A Educação Física escolar deve considerar a diversidade como um princípio que se aplica à construção dos processos de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de objetivos e conteúdos, visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem. Busca-se legitimar as diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com a consideração das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos.



7. SEM VENCEDORES

Desde a civilização mais antiga o brincar é uma atividade das crianças. Naquela época a brincadeira não era considerada um elemento cultural, do riso, do folclore e do carnaval. A principal diferença entre jogo e brincadeira é o vencedor, na brincadeira não há como ter um vencedor. Ela simplesmente acontece e segue-se se desenvolvendo enquanto houver motivação e interesse por ela. Para a criança brincar é a coisa mais séria do mundo, é tão necessária ao seu desenvolvimento quanto o alimento e o descanso. É o meio que a criança tem de travar conhecimento com o mundo e adaptar-se ao que rodeia. É por meio de brincar que a criança torna-se intermediária entre a realidade interna e externa, participando, entendendo e percebendo-se como membro integrante do seu meio social. É brincando também que a criança deixa de ser passiva para tornar-se responsável pela a ação realizada, decidindo os rumos das situações socioculturais por ela criadas é vivenciada sentimentos diversos, que contribui para a formação da sua personalidade.



8. BRINCAR – UMA VIVÊNCIA CULTURAL

Através do prazer, o brincar possibilita à criança a vivência de sua faixa etária e ainda contribui de modo significativo para sua formação como ser humano, participando da cultura da sociedade que vive, e não apenas como mero indivíduo requerido pelos padrões de produtividade social. Sendo assim, a vivência do lúdico é imprescindível em termos de participação cultural e crítica e, principalmente criativa. É fundamental assegurar a criança o tempo e o espaço para que o lúdico seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida da criatividade e da participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver. São os conteúdos e a forma (produtos e processo) da cultura da criança, que representam o antídoto a aceitação do "jogo" pré-estabelecido, da sociedade e mesmo a camuflagem das colocações individuais, justificando sua impotência frente à estrutura do mundo que receberam e são obrigadas a produzir. A criança que brinca vive a sua infância torna se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente suportara muito melhor as pressões das responsabilidades adultas e terá maior criatividade para solucionar os problemas que lhe surgem, sendo assim, a brincadeira é uma atividade não apenas natural, mas, sobretudo sociocultural já que muitas crianças a cada dia têm menos tempo para brincar, pois os pais se matriculam no maior número possível de atividades e como conseqüência elas são vítimas de estresse bem mais cedo. O brinquedo por sua vez tem seu papel importante nas brincadeiras sendo para criança um passaporte para o reino mágico de brincadeira.



9. OS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS

As crianças na maioria das escolas recebem regras prontas, não significações. Elas devem aceitá-las para poder transformar num bom adulto. E o mesmo acontece com os professores. Observa-se cada vez mais que o contato das crianças com jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais vem perdendo espaço, possivelmente como consequência dos processos de urbanização e de produção consumo de equipamentos de alta tecnologia (videogames, computadores, televisores e brinquedos de controle remoto). É um fato inquestionável que as oportunidades de jogo e atividade física têm vindo a degradar-se de forma considerável nas últimas décadas aumentando substancialmente o sedentarismo na infância. A infância é uma época importante para a prática de várias atividades físicas e o desenvolvimento de habilidades motoras diversas a fim de promover atitudes saudáveis. Melhorias na proficiência motora, maiores possibilidades de aderência a um estilo de vida ativo e melhor autoestima e confiança.



10. COMO ESTIMULAR A CRIANÇA PARA OS JOGOS E BRINCADEIRAS

Uma possível dinâmica de aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os alunos, perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma forma de estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda importância que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre elas e seus respectivos universos de jogos. Outra possibilidade é resgatar jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais, que os pais ou responsáveis e familiares dos alunos desenvolviam quando crianças pedindo ao aluno conversem com eles, perguntando-lhes a respeito de que e como brincavam na infância trazendo referências por escrito ou desenhada representação de uma pequena exposição (organizada pelos próprios alunos, professores, pais ou responsáveis familiares e comunidade, na escola, artística...) da memória da cultura de jogos, brinquedos e brincadeiras infantis. O treino nas diferentes atividades que se entrega a criança que se dispõe de espaço e estímulos naturais promove crescimento muscular, presteza em agir de acordo com a vontade, reserva de energia nervosa e maior resistência ao esforço físico. Cada momento de atividade recreativa envolve um estado emocional: de simples prazer ou alegria promovido pela satisfação de agir, de medo diante ao insucesso, da identificação real com um personagem mais fraco, ou ainda do perigo que possa enfrentar, de raiva na luta contra obstáculos ou na personificação de elementos destruidores.


11. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO

A criança de 06 a 07 anos aparece a linguagem oral. Pensamentos egocêntricos, rígidos, centrado em si mesmo e com características de animismo (ciosas e animais). Não possui noção de conservação, quantidade, volume, massa, peso e não consegue retornar ao ponto de partida mentalmente (condição básica para a realização de operações). No período pré - operatório a assimilação, (isto é, a interpretação de novas formações baseada em interpretações presentes) é uma tarefa suprema para a criança. Nesta fase, a ênfase no “por que” e no "como" torna-se uma ferramenta básica para que a adaptação ocorra. Brincar serve como um importante meio de assimilação e ocupa maior parte das horas que a criança passa acordada. As brincadeiras imaginárias e as paralelas são importantes ferramentas para o aprendizado. Brincar também serve para demonstrar as regras e os valores dos familiares mais velhos do indivíduo. A ampliação do interesse social por seu mundo é característica da fase do pensamento pré – operatório da criança. Como resultado o egocentrismo é reduzido e a participação social aumenta. A criança começa a exibir interesse nos relacionamentos entre as pessoas. A compreensão dos papéis sociais de "mamãe", "irmã" e "irmão" e seu relacionamento uns com os outros é importante para a criança nesta fase. A criança pequena demonstra crescente pensamento simbólico pela ligação do seu mundo com palavras e imagens. A assimilação é avançada usando a atividade física para realizar os processos cognitivos.



12. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO II

Na fase operatório-concreta de 7 a 11 anos a criança começa a ter um pensamento mais lógico, menos egocêntrico, ações mentais mais reversíveis, móveis e flexíveis. Apesar de o pensamento basear-se mais no raciocínio, ainda precisa de materiais e exemplos concretos. Não pode ordenar, seriar e classificar. Nesta fase, as percepções são mais precisas, e a criança aplica a interpretação dessas percepções ambientais sabiamente. Ela examina as partes para obter conhecimento do todo e estabelece meios de classificação para organizar as partes em um sistema hierárquico. A criança brinca para compreender seu mundo físico. Regras e regulamento são de interesse da criança quando aplicadas à brincadeira. A criança raciocina logicamente sobre eventos concretos e consegue classificar objetos de seu mundo em vários ambientes, existindo a reversibilidade com experimentação intelectual através da brincadeira ativa.



13. ALGUNS JOGO E BRINCADEIRAS

Pega-Pega: Jogadores dispersos pelo terreno, havendo um perseguidor. Os jogadores fugirão ao perseguidor, que tenta apanhar um. Aquele que for apanhado passará a ser o perseguidor. Objetivo: Trabalhar a habilidade de correr, desviar, rapidez de reação. 


Morto x Vivo: Objetivo específico: agilidade na reação, atenção, obediência, a ordens, flexibilidade. As pessoas em círculo, de costas, com o professor no centro. As ordens dadas podem ser: "morto", "vivo", ou "sentar", "levantar" etc. 


História do meu nome: Todos sentados formando um grande círculo, o objetivo é que cada participante conte a história do seu nome. Por que colocaram o seu nome? Como gostaria de se chamar? De que nome você mais gosta? Vamos criar um nome para o nosso grupo? Que tal utilizarmos as iniciais de todos os nomes do grupo? Objetivo: integrar-se ao meio social, enfatizar a necessidade de escutar o que o outro tem a dizer, desinibir e descontrair o grupo. 


Chamada da roda: Os jogadores em círculo, numerados, um no centro, com uma bola leve. O do centro, com a bola na mão, chama um número e lança a bola para o alto. O jogador chamado deve apanhá-la, vinda do alto ou picada no chão, pela primeira vez. Se o conseguir, ganhará um ponto e irá para o centro repetir a ação do companheiro anterior. A vitória é do que, no final do jogo obtiver mais pontos (Ferreira 2003). 


Gato doente: As crianças dispersam pelo campo, dado o sinal pelo professor, uma delas, previamente indicada para iniciar o jogo, perseguirá as companheiras tentando tocá-las. A que for, por exemplo, tocada no ombro, aí colocará a mão esquerda e, aliando-se à primeira, procurará também alcançar as outras crianças. Todas as que forem apanhadas, "gatos doentes", deverão correr com a mão no ponto partido, perseguindo as que acharem ainda livres. Objetivo: trabalhar a habilidade de correr em grupo, atacar e defender.



14. BRINCAR PARA EDUCAR

É de extrema importância a recreação na vida da criança, tanto no seu desenvolvimento motor, afetivo e social. E são os jogos e brincadeiras que tornam um facilitador para que tudo aconteça de forma natural e melhor ainda de forma "PRAZEROSA". É necessário ter um objetivo a ser trabalhado, para que assim elas se desenvolvam e mostrem seu potencial, não simplesmente "brincar" e sim educar, com essas ferramentas tão úteis e significativas que trazem sorrisos e mudam a vida das crianças. O brincar de forma construtiva abre a portas para a educação, e depende dos professores deixá-la aberta.



15. METODOLOGIA DA RECREAÇÃO E CIDADANIA

A Metodologia da Recreação e Cidadania requer um planejamento com a visão comprometida na educação integral do aluno. Que tenha metas e objetivos definidos de forma flexível. Organizado na forma de temas, ações e atividades educativas que contemplam um resultado esperado. Onde o aprender, o conhecer, o fazer e o conviver integra-se aos saberes que formam e emancipam o aluno. Contribuem para o exercício da cidadania pró-ativa, consciente, para a prática dos valores éticos, induzem à reflexão, à análise e à problematização de forma crítica. Nesse trabalho, o professor atua como um mediador, instigando o aluno a iniciar-se no trabalho científico de forma recreativa, ao descobrir o problema, elaborar hipóteses, construir objetivos, buscar uma fundamentação teórica e criar alternativas para resolvê-los. A proposta pedagógica da escola onde se desenvolve o "Projeto Recreação e Cidadania" alicerça-se em 05 competências que favorecem o desenvolvimento integral da pessoa humana, que são: aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a comunicar-se.



16. RECREAÇÃO – EDUCAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO

A missão da recreação e cidadania é trabalhar pela qualidade no processo de ensino aprendizagem e tem como visão a educação integral do aluno. Busca a satisfação da comunidade escolar com criatividade, liberdade e corresponsabilidade social no intuito de promover a aprendizagem e a inclusão social. Aprender de forma recreativa provoca um desbloqueio emocional e ajuda a desenvolver as habilidades e as competências nos alunos, estimulando o desenvolvimento da sociabilidade. Recrear de forma sistematizada oportuniza ao aluno dialogar, elaborar e resolver os problemas. Vivenciar a experiência e a organizar-se, projetar e exercitar a sua vida futura, com mais tranquilidade e segurança. Desta forma melhora consideravelmente o raciocínio lógico, instiga a pensar antes de agir, motiva os acordos e as parcerias, a tomar atitudes coerentes, de acordo com os objetivos propostos.



17. RECREAÇÃO – PRÁTICA PRAZEROSA

A recreação é uma prática prazerosa em que os alunos participam de atividades descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das crianças. Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se de uma vida permeada de informações. Esse processo de educação se dá através da convivência de diversos desses indivíduos, mais especificamente crianças, dentro de locais especializados que transmitem tais valores indiretamente, por meio da recreação. Recreação designa recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade esportiva. Por meio da recreação é possível educar. As crianças buscam em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça fundamental numa sociedade; deixou de ser apenas papel da família e passou a ser de responsabilidade da escola. A recreação é uma forma específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma área de vida rica e abundante, a vida fora das horas de trabalho.



18. VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

A violência está em todo o mundo e se manifesta de várias maneiras. Está em toda a sociedade, em todas as classes sociais, em todas as faixas etárias. Seria equivocado achar que está apenas nos parâmetros da pobreza, nas periferias das grandes cidades; a violência nos cerca e está em vários lugares: na rua, na escola e até mesmo na família. Nas escolas, as discriminações são grandes, tanto por etnia quanto por religiões; crianças gordas ou magras, baixas ou altas, bonitas ou feias, separam-se em grupos e começam a rejeitar umas às outras, e essa rejeição vem em forma de "zoeiras", xingamentos e brincadeiras de mau gosto que vão se estendendo no dia-a-dia. A violência escolar é fruto das desigualdades sociais do mundo em que se vive. Há crianças que passam por muitas dificuldades em casa, ou nem casa têm; crianças que são criadas pelo mundo, que trabalham desde cedo, que são escravas dos pais, crianças que conhecem a bebida logo cedo, o cigarro, a sexualidade e as doenças. Essas crianças vão para a escola às vezes apenas para comer, não estão muito interessadas na aprendizagem; com isso, acabam desrespeitando os professores e seus colegas. Está-se falando de uma violência verbal, uma violência que é muito encontrada nas escolas, onde a educação é deixada de lado e o que vale é a superioridade de uns sobre os outros.



19. INFÂNCIA – APRENDIZADO E ASSIMILAÇÃO

A recreação é uma ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo, cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social, quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer em realizar alguma coisa. Os seres humanos são movidos, principalmente, pela emoção e pelo prazer; sendo assim, fica muito mais fácil assimilar alguma coisa a partir daquilo que lhe faz bem, sendo possível englobar os mais altos níveis de conhecimentos e, com crianças, é importante desenvolver e estimular atividades diferentes da vida cotidiana, mas que façam parte da natureza humana, já que é na infância o período de aprendizado e da assimilação que julgamos necessária para a vida adulta. O mais importante desse contexto é permitir que diferentes grupos de pessoas, principalmente crianças, se integrem, esquecendo o preconceito de valores, distinção de raça, estrutura familiar; pelo contrário, é possível estruturar todos esses tópicos.



20. RECREAÇÃO, JOGO, LAZER E BRINCADEIRAS - DIFERENÇAS

Existem algumas diferenças entre a recreação, o lazer, o jogo e a brincadeira. A recreação são todas atividades que o individuo procura praticar em seu tempo livre buscando sua satisfação. As brincadeiras são também atividades onde o indivíduo às procura, porém a diferença é que nas brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar totalmente a atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause um bem-estar em quem procura este estado de espírito. Uma atividade recreativa pode não obter esse resultado. O Lazer pode ser ao mesmo tempo férias e trabalhos voluntários, nadar e fazer esporte, prazeres gastronômicos e entretenimentos musicais, atividades de azar, leitura de jornal e estudo de uma obra-prima, conversa fútil e conversa cultural. Fazendo distinção entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a atividade com regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e brincadeira é o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um brinquedo ou jogo.



EXERCÍCIOS


1.Fazendo distinção entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a atividade com regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e brincadeira é o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um brinquedo ou jogo.

( ) SIM          ( ) NÃO



2. As brincadeiras são também atividades onde o indivíduo às procura, porém a semelhança é que nas brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar totalmente à atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause um bem-estar em quem procura este estado de espírito.

( ) SIM ( ) NÃO


3. A recreação é uma ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo, cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social, quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer em realizar alguma coisa.

( ) SIM ( ) NÃO



4. A vivência do lúdico não é imprescindível em termos de participação cultural e crítica e, principalmente criativa. É fundamental assegurar à criança o tempo e o espaço para que o lúdico seja vivenciado com tensão capaz de formar a base sólida da criatividade e da participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver.

( ) SIM ( ) NÃO










5-5. Uma possível dinâmica de aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os alunos, perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma forma de estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda importância que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre elas e seus respectivos universos de jogos.


( ) SIM ( ) NÃO









sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

ATIVIDADE PARA TRABALHAR CORES, CONCENTRAÇÃO E PSICOMOTRICIDADE


Confeccionei essa atividade para meu filho Davi que completará 4 anos dia 20/12/17. 

Os objetivos da atividade são:


  • Aprimorar o reconhecimento de cores.
  • Desenvolver o movimento psicomotor de "pinça".
  • Desenvolver a concentração.
Os materiais utilizados foram:

  • Caixa de papelão (encontrei uma sem estampa, na cor crua o que facilita a pintura, mas pode ser uma caixa de sapatos, basta encapá-la antes da pintura).
  • 2 pacotes de prendedores de madeira (totalizando 24 prendedores)
  • Tinta Guache (vermelho, branco, azul, amarelo, verde, roxo). As cores laranja e rosa foram criadas com a mistura respectivamente de, vermelho e amarelo, vermelho e branco.
  • Pincel
Marcar toda lateral da caixa com 8 (oito) partes e pintá-las nas cores escolhidas, após pintar os prendedores nas mesmas cores. NO meu caso, pintei três de cada cor, mas podem utilizar mais prendedores na atividade.

A criança deve encaixar cada prendedor na caixa, na cor correspondente. Realizando o movimento de pinça.

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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

JOGO DA ÁRVORE DE NATAL PARA CONTAGEM


Encontrei essa imagem no Pinterest, e achei excelente para fazer um jogo de contagem.

Em duplas, cada criança recebe o recorte de uma árvore de Natal com a mesma quantidade de círculos desenhadas.

Uma criança de cada vez joga o dado, o número sorteado corresponderá a quantidade de bolinhas que colocará em sua árvore. Ganha o jogo quem completar sua árvore primeiro.

Material:

  • Triângulos verdes representando as árvores
  • Canetinha hidrocor para desenhar os círculos
  • Um dado
  • Bolinhas coloridas (podem ser do tipo pompom compradas em Armarinhos, bolinhas de EVA, bolinhas de papel, etc).


Essa atividade pode ser realizada na Educação Infantil e Anos Iniciais.

Realizar a contagem total de bolinhas da árvore.

Questionar:
- Quantas bolinhas faltaram na sua árvore?
- Quantas bolinhas ao todo?
- Quantas vermelhas? Amarelas? Azuis?

As quantidades de bolinhas por cor, poderão ser registradas pelos jogadores ao final da atividade.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pessoal, além das postagens no blog, nas quais compartilho sugestões e atividades minhas e de outros blogueiros ou fontes diversas, também elaboro sob encomenda Material Didático (projetos interdisciplinares, avaliações, sequências didáticas) especialmente contextualizados em clássicos e fábulas infantis. É só solicitar o tema e assuntos a serem abordados! Contato: danigo@bol.com.br