terça-feira, 15 de julho de 2014

PAULO FREIRE, O MENTOR DA EDUCAÇÃO PARA A CONSCIÊNCIA

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.



Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.


Aprendizado conjunto

Freire criticava a ideia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o auto-aprendizado. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire e está no âmago de seu método de alfabetização, formulado inicialmente para o ensino de adultos. Basicamente, o método propõe a identificação e catalogação das palavras-chave do vocabulário dos alunos - as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerir situações de vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que se atua, como por exemplo "tijolo" para os operários da construção civil. 

Diante dos alunos, o professor mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do desdobramento em sílabas das palavras geradoras. O conjunto das palavras geradoras deve conter as diferentes possibilidades silábicas e permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e a escrita. "Isso faz com que a pessoa incorpore as estruturas lingüísticas do idioma materno", diz Romão. Embora a técnica de silabação seja hoje vista como ultrapassada, o uso de palavras geradoras continua sendo adotado com sucesso em programas de alfabetização em diversos países do mundo.



Seres inacabados

O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. "Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)", dizia Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de "cultura do silêncio" e transformar a realidade, "como sujeitos da própria história".

No conjunto do pensamento de Paulo Freire encontra-se a idéia de que tudo está em permanente transformação e interação. Por isso, não há futuro a priori, como ele gostava de repetir no fim da vida, como crítica aos intelectuais de esquerda que consideravam a emancipação das classes desfavorecidas como uma inevitabilidade histórica. Esse ponto de vista implica a concepção do ser humano como "histórico e inacabado" e conseqüentemente sempre pronto a aprender. No caso particular dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. Freire dizia, numa frase famosa, que "o mundo não é, o mundo está sendo".



Três etapas rumo à conscientização 

Embora o trabalho de alfabetização de adultos desenvolvido por Paulo Freire tenha passado para a história como um "método", a palavra não é a mais adequada para definir o trabalho do educador, cuja obra se caracteriza mais por uma reflexão sobre o significado da educação. "Toda a obra de Paulo Freire é uma concepção de educação embutida numa concepção de mundo", diz José Eustáquio Romão. Mesmo assim, distinguem-se na teoria do educador pernambucano três momentos claros de aprendizagem. O primeiro é aquele em que o educador se inteira daquilo que o aluno conhece, não apenas para poder avançar no ensino de conteúdos mas principalmente para trazer a cultura do educando para dentro da sala de aula. O segundo momento é o de exploração das questões relativas aos temas em discussão - o que permite que o aluno construa o caminho do senso comum para uma visão crítica da realidade. Finalmente, volta-se do abstrato para o concreto, na chamada etapa de problematização: o conteúdo em questão apresenta-se "dissecado", o que deve sugerir ações para superar impasses. Para Paulo Freire, esse procedimento serve ao objetivo final do ensino, que é a conscientização do aluno.


Para pensar 

Um conceito a que Paulo Freire deu a máxima importância, e que nem sempre é abordado pelos teóricos, é o de coerência. Para ele, não é possível adotar diretrizes pedagógicas de modo conseqüente sem que elas orientem a prática, até em seus aspectos mais corriqueiros. "As qualidades e virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e fazemos", escreveu o educador. "Como, na verdade, posso eu continuar falando no respeito à dignidade do educando se o ironizo, se o discrimino, se o inibo com minha arrogância?" Você, professor, tem a preocupação de agir na escola de acordo com os princípios em que acredita? E costuma analisar as próprias atitudes sob esse ponto de vista?

JOGO DOS BICHOS

Feito de EVA e ilustrado com figuras recortadas em papel, este dominó ajuda a garotada a estudar a classificação dos animais vertebrados.


O que existe em comum entre o beija-flor e o sapo? O fato de serem vertebrados, é claro. Mas há também muitas diferenças entre eles. É esse o tema deste dominó. A turma vai ficar craque no jogo se relacionar corretamente os animais às características específicas de seu subgrupo - mamífero, ave, réptil, anfíbio e peixe. A peça que mostra a figura de um elefante deve ser unida àquela que traz uma informação como: "Mama quando pequeno". Durante cada partida, é trabalhado o conceito de classificação por meio dos critérios de semelhanças e diferenças. A partir do 3º ano os alunos já estão aptos a classificar os vertebrados, e o dominó pode ajudar a fixar esse conteúdo ou relembrá-lo mais à frente.

O jogo é composto de 25 peças, cada uma com a figura de um bicho e uma informação referente a um dos cinco subgrupos. Para montá-las, liste cinco características de cada subgrupo e cinco animais que pertencem a eles. Organize as peças de forma que cada ave, por exemplo, seja casada com um aspecto referente a um mamífero, um réptil, um peixe, um anfíbio e também uma ave.

A técnica que ensinamos a seguir é chamada punch art: com furadores, se obtêm formas básicas - como círculos ou corações - usadas para compor os bichos mostrados nestas páginas. Você pode criar outros modelos usando fotos recortadas de revistas ou desenhos feitos pelos alunos.


Material necessário:

■ Um pedaço de EVA branco de 45 por 60 centímetros
■ papéis coloridos de 120 g
■ folha laranja com as características dos subgrupos impressas
■ placa de corte
■ estilete
■ tesoura
■ régua de metal
■ furadores de formas variadas
■ pinça
■ arredondador de canto
■ cola branca
■ canetas preta e prata


Como fazer:



Características dos subgrupos:

Fonte: Revista Nova Escola

PROJETO: "ESPELHO, ESPELHO MEU... QUEM SOU EU?"

Ajude os pequenos a se reconhecerem desde cedo


Objetivos:
★ Conhecer a própria história e se reconhecer como parte integrante da sociedade.
★ Trabalhar a identidade.
★ Conhecer a história de nome, corpo e preferências.
★ Desenvolver o raciocínio lógico, a expressão corporal, a coordenação motora e a percepção auditiva.

Faixa etária: a partir de 4 anos.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a identidade tem a função de distinguir, marcar as diferenças, sejam elas físicas, emocionais e comportamentais dos indivíduos. Saber identificar gostos, reconhecer limites, conhecer-se, são ações que se iniciam desde o nascimento até o final da vida de cada ser humano. Porém, toda essa construção não se faz sozinha, ela é influenciada pela sociedade, família, cultura - e a escola tem um papel essencial nesse contexto. 

A fase de desenvolvimento, na Educação Infantil, é de suma importância para que a criança conheça a sua história e se reconheça como ser integrante de uma sociedade. Para isso, é importante que ela conheça a história do seu nome, seu corpo, suas preferências. 

Desenvolvimento:

1. O projeto tem início com os alunos registrando e escrevendo o próprio nome. 

2. Em casa será realizada a pesquisa sobre a história do nome. Essa parte é realizada com a ajuda dos pais: cada família irá registrar como foi a escolha do nome da criança, além de colocar o seu significado quando souber. A apresentação é feita em roda de conversa na sala de aula. 

3. A professora trabalha com as crianças, se possível, músicas que tenham os nomes deles. 

4. Confeccionam-se crachás com os nomes dos alunos. Os crachás são feitos com cartolina. De um lado, cada aluno registra seu próprio nome, e do outro, a professora digita o primeiro nome do aluno. Cada aluno enfeita seu crachá da maneira que quiser, desenhando, colando adesivos etc. 

5. A professora trabalha com os alunos atividades de percepção e observação do corpo. Em um primeiro momento, em frente ao espelho, é solicitado que o aluno observe as partes de seu corpo. Em um segundo momento, são cantadas músicas que sugerem às crianças encontrarem as partes do corpo que são mencionadas. 

6. Parte-se, então, para a pintura do autorretrato. Novamente o aluno se observa no espelho e em fotos, e depois, faz o desenho de sua imagem e de como se vê. Mais tarde, os alunos se reúnem, em roda, e contam para os amigos sobre seus desenhos. 

7. Os alunos trabalham técnicas artísticas para representar suas preferências. Nessa etapa, eles trabalham com pinturas livres e recortes de revistas de algumas situações - ou objetos de que gostem: cor, brinquedos, alimentação etc.

Boneco-amigo 


Na fase de sensibilização, no início do ano, os alunos constroem um boneco, que ganhará nome e roupa. 
1. Primeiro é feito um molde no papel kraft utilizando um aluno como referência.
2. Na sequência, a professora faz o boneco em 3D utilizando TNT e jornal para recheio. 
3. Depois, é feita uma eleição para escolha do nome e sexo do boneco - que recebe roupas. Olhos e boca são pintados, com canetinha, em um papel, que depois é colado no boneco. O nariz é uma tampinha de garrafa e os cabelos são feitos de lã.

Após feito o boneco, as crianças o levarão durante o ano para suas casas, os alunos vestem o boneco com suas próprias roupas, conforme ele visita a casa de cada um deles, no fim de semana e, quando permanece na escola, veste-se como todos, com o uniforme do Colégio. Além disso, o boneco terá um livro de registro com uma pequena descrição, feita pelos pais - com a ajuda do aluno - sobre como foi o dia na casa dele. No retorno para a escola, a professora, em roda, lerá para a turma como foi o fim de semana do boneco.


Dica esperta! O professor também pode pedir para que os alunos complementem um rosto em uma folha de papel, dando ênfase a uma expressão facial.


CORPO HUMANO E CINCO SENTIDOS

Objetivos:
★ Identificar todas as partes do corpo.
★ Experimentar diversas formas de representar o corpo humano.
★ Ampliar a capacidade de criação por meio da manipulação de diferentes materiais.

Faixa etária: 4 anos.

Primeiro momento

1. Inicie o trabalho conversando com o alunos sobre as diferenças entre os indivíduos, como cor de olhos, cabelo etc. Faça com que observem, com um espelho, a cor de seus olhos e cabelos e a diferença em relação aos amigos. 

2. Monte no chão um rosto, completando-o com os olhos, boca, etc e faça o mesmo na folha com a colagem das partes do rosto com recorte de revista. 


Segundo momento 

Decore um espelho, com papelão em sua volta e cole pedaços de papel picado. Em seguida, peça às crianças que representem sua imagem com canetinha de retroprojetor. 


Terceiro momento 

Peça para que as crianças escolham um rosto de revista e complementem com o tronco e vice-versa. 


Quarto momento 

Trabalhe os cinco sentidos das crianças: 

1. Para trabalhar a percepção gustativa, dê às crianças vários alimentos para serem degustados como: chocolate, bolacha, sal, açúcar e bala de goma. Com uma venda nos olhos, elas deverão dizer se o que comeram é doce ou salgado. 

2. Para ativar a percepção olfativa, leve diversos materiais e faça as crianças descobrirem o que é. Por exemplo, café, canela, manga e perfume. 

3. Trabalhe as expressões faciais, como raiva, alegria, tristeza etc. Cada criança deve dramatizar uma expressão e os demais devem descobrir que sentimento estava expressando e imitá-lo. 
4. Conte uma história que fala dos sons que podemos fazer com o corpo, e depois, peça para cada um demonstrar um som que se pode fazer com o corpo. 


Quinto momento 

Para finalizar o projeto, cada criança deve criar sua figura humana com sucata diversa e depois, em grupo, montar um boneco grande também com sucata. A professora deve expor diversos materiais para que as próprias crianças pensem em como montar o boneco. Na atividade, pode ser usada caixa de papelão para o tronco, lata de leite para as pernas e rolo de papel toalha para os braços. A cabeça com uma bola de jornal. 



DESCOBRINDO-ME


Objetivos:
★ Conhecer melhor a si mesmo.
★ Perceber as diferenças entre meninos e meninas.
★ Trabalhar as sensações e sentidos.

Faixa etária: 4 a 5 anos.

1. Os alunos desenham os amiguinhos no papel Kraft. Essa atividade é importante para que eles percebam a diferença entre meninos e meninas e os diferentes tamanhos.

2. Leve os alunos para um laboratório. 

3. Para facilitar a compreensão desse tema tão complexo, produzir em papel, um esqueleto dos órgãos humanos.

4. Em seguida, as crianças fazem pesquisas para aprender para que serve cada parte do corpo humano: ossos, sangue, pulmão, coração, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, pâncreas, sistema reprodutor feminino e masculino e, por fim, o cérebro.

5. Para ajudar, pode-se convidar um médico, para explicar melhor as diferenças entre o órgão reprodutor masculino e feminino. 

6. Os alunos realizam uma pesquisa com a família, sobre os alimentos que fazem bem para o corpo humano e, então, foi montada uma Pirâmide Alimentar mostrando, de forma clara e objetiva, quais alimentos devem ser mais ou menos ingeridos.

7. Para trabalhar os cinco sentidos,desenvolver a "Caixa de Sensações". Cada dia será colocado um material diferente para que as crianças utilizassem um dos sentidos para descobrir qual o objeto.


Você sabia?
A criança autista, às vezes, não consegue perceber que a imagem refletida no espelho é dela - e nem que é uma pessoa separada da mãe.

Por volta dos 10, 11 meses, a criança percebe que é dela a imagem no espelho.


Fonte: Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

PROJETO DE FILOSOFIA: LIBERTANDO EMOÇÕES

Comemora-se em 14 de julho, o DIA DA LIBERDADE DE PENSAMENTO.



POEMAS DE MÁRIO QUINTANA














PROJETO: MÁRIO QUINTANA



Em 30 de julho, comemora-se o aniversário do poeta modernista, que pode ser homenageado com atividades que transformam poesia em pura prosa


Disciplinas: Português, Educação Artística e História

Anos: 3º ao 5º

Objetivos:
  • Descobrir o poema e a poesia. 
  • Conhecer a biografia de Mário Quintana, bem como poemas de sua autoria.
  • Treinar declamação.
  • Criar e montar poemas com recortes de jornais e revistas.
  • Desenhar e declamar.
  • Interessar-se por esse tipo de escrita.
  • Respeitar a criação dos colegas.
  • Opinar e sugerir.

Educar é uma poesia
Merecedora de vários versinhos
Como num poema em soneto
Ou em linhas longas, como uma história em prosa




CONHECENDO O POEMA

Materiais: borracha; caderno; dicionário; lápis preto; autobiografia de Mário Quintana, poemas do autor.

Reproduza os poemas de Mário Quintana em quantidade suficiente para todos os alunos. Entregue-os a eles para que conheçam o seu trabalho e entrem em contato com o tipo de escrita. Peça-lhes que leiam os poemas silenciosamente e depois em voz alta, um a um. Pergunte-lhes o que entenderam e se concordam com o que foi escrito pelo poeta. Estimule a participação da classe como um todo, de forma que o debate se torne uma conversa animada e enriquecedora. Complemente a conversa fornecendo aos estudantes a autobiografia de Mário Quintana, para que os estudantes o conheçam e sintam-se mais próximos a ele. Converse a respeito da diferença entre poemas e poesias e peça-lhes que escrevam poemas, a fim de ampliar o vocabulário. Lembre a turminha de que o dicionário pode ser um grande amigo.




Mário Quintana
Auto-biografia



Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Nest e último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade. Nasci no rigor do inverno, temperatura: grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?


Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.




EMOÇÕES À FLOR DA PELE

Materiais: argila; folhas de papel canson; giz de cera; massa de modelar; papel machê; tinta guache colorida.

Aguce os sentidos e traga à tona as emoções mais profundas e pessoais das crianças, fundamentais para elaborar poesias. Utilizando os materiais disponíveis, os alunos podem fazer esculturas com tema livre, como flores, vulcões, animais, prédios ou o que imaginarem. Deixe os objetos à disposição dos estudantes, a fim de que escolham com qual se sentem mais à vontade para se expressar artisticamente. Evite prender-se a exemplos pré-moldados: permita que os pequenos criem espontaneamente, para que, com o desenvolver do projeto, possam acrescentar idéias e complementar sua produção.



EXPRESSIVIDADE

Materiais: folhas de papel sulfite tamanho A4; lápis preto.

Depois da manipulação dos materiais e da criação de imagens e objetos, oriente os alunos a escrever palavras que vêm à mente, inspirados pelo desenho ou pela escultura. Devem ser vocábulos soltos, que não tenham necessariamente uma conexão entre si, mas que se relacionem, de alguma forma, à obra e o que ela representa. Tais associações podem ser incomuns. De posse da lista de palavras, os estudantes deverão fazer um poema.



TROCANDO IDEIAS

Materiais: poesias escritas na atividade “Expressividade”.

Solicite que cada criança leia silenciosamente a poesia feita. Com a autorização do aluno, escreva um dos textos no quadro-negro e peça-lhe sugestões de palavras ou trechos que possam ser substituídos ou acrescentados. Faça isso de forma alegre e descontraída. Se julgar necessário, converse abertanente com a turma, para que nenhum aluno se sinta desprezado ou pense que você ou os colegas não gostaram do poema dele, porque algumas palavras estão sendo alteradas. Explique- lhe que é um exercício de cooperação e que o objetivo é criar poesias a partir daquela. Também é possível informar como a atividade será feita e pedir que alguém se habilite a ter o texto alterado, sempre com muito respeito pelo trabalho do colega. Por fim, a garotada deve reescrever os próprios textos. A leitura em voz alta de alguns poemas para a classe completa a atividade.




DESCONSTRUIR E RECONSTRUIR

Materiais: borracha; lápis preto; folha de papel sulfite tamanho A4; poesias de Mário Quintana (prontas na folha de moldes); tesoura com ponta arredondada.

Vale tudo com a poesia, até obras de poetas consagrados podem ser desmontadas e reescritas, sem solenidade. Versos e poemas podem ser usados como ponto de partida para que os alunos desenvolvam o próprio estilo. Os exercícios podem ser realizados individualmente ou em grupo. Criar rimas e versos livres é importantíssimo. Às vezes, restringimos as poesias ligando-as à necessidade de rimar, e isso é desnecessário: muitas vezes, mais importante que rimar é encontrar a sonoridade das palavras, transmitindo a emoção desejada. Inicie a dinâmica apresentando um verso fixo para as crianças. A partir dele, elas devem criar poesias, permanecendo atentas à sonoridade das palavras. Preste atenção ao que os pequenos escrevem, pois, muitas vezes, eles apenas buscam palavras que combinam entre si e não se relacionam com o poema. A coerência é importante. Em seguida, distribua cópias do molde das poesias de Mário Quintana e peça que as crianças cortem palavras ou frases, para depois criar outras montagens.
Elas se surpreenderão ao verificar que uma mesma poesia pode apresentar muitas combinações diferentes. Dessa forma, você exercita a coerência e mostra que um poema é uma unidade, não um amontoado de palavras. A seguir, solicite-lhes que levem para a classe fotos pessoais ou de lugares conhecidos — revistas podem ser uma opção. Peça-lhes que contem aos colegas as sensações ou lembranças despertadas pelas imagens. Essa lista de palavras servirá de base para novos poemas. Por fim, recomende às crianças que ilustrem as poesias, desenhando as cenas ou as sensações sugeridas pelo poema, em vez de simplesmente retratar os objetos mencionados no texto.

AQUECER BRINCANDO

Como despedida das aulas e preparação para as férias, mostre aos alunos a importância da integração e do respeito ao resgatar brincadeiras simples e divertidas.

Disciplinas: Educação Física, Educação Artística e Filosofia 

Anos: 2º. ao 5º.

Objetivos:
  • Exercitar a criatividade e as habilidades motoras.
  • Refletir sobre a importância do outro.
  • Despertar o interesse pelas brincadeiras coletivas.
  • Aperfeiçoar o convívio social.
  • Divertir-se e interagir com os colegas.
  • Estimular o companheirismo e a ética.

E AGORA?


Material: pirulitos.

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Entregue um pirulito para cada aluno. Peça que as crianças permaneçam em pé e em circulo. Todos devem segurar os doces com a mão esquerda e ficar com o braço estendido; avise aos pequenos que não poderão dobrar o antebraço em momento algum da brincadeira. O único movimento que os estudantes podem fazer com essa parle do corpo é pata a esquerda ou a direita, mas sempre com o antebraço esticado. A mão direita ficará livre e poderá ser usada normalmente. A primeira tarefa será desembrulhar o pirulito, seguindo as regras apresentadas. Portanto, as crianças só utilizarão a mão direita. Recolha os papéis e deixe-as aproveitar o doce, ainda sob as condições. Aguarde até que alguém descubra a única forma de executar esta tarefa: oferecer o pirulito para a pessoa ao lado. Automaticamente, os demais oferecerão o seu e todos poderão saborear o doce. Finalize a atividade conversando com os alunos sobre como pode ser bom ajudar os outros, e vice-versa.


NOVOS RUMOS


Materiais: bexigas; fichas com sentimentos e atitudes, tesoura com ponta arredondada, tiras de papel.

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Copie as palavras que representam sentimentos e atitudes em quantidade suficiente para que cada aluno tenha ao menos uma. Recorte-as e coloque uma dentro de cada balão. Disponha a turma em círculo e explique-lhes que dentro de cada uma das bexigas está uma ficha com um uma solução ou desafio cotidiano, como desinteresse, fofocas, competições, inimizades, alegria, gratidão e felicidade. Solicite que cada criança encha sua bexiga e brinque com ela, jogando-a para cima, sem deixá-la cair. Aos poucos, peça que alguns dos participantes deixem seu balão no ar e se sentem, diminuindo os participantes do jogo. Os que permanecerem devem, também, manter as bexigas dos colegas no ar. Quando perceber que quem ficou no centro não está dando conta de manter todos os balões no ar, peça que os amigos voltem ao círculo e o ajudem. Depois da brincadeira, inicie a reflexão problematizando a sensação de quem ficou no centro sobrecarregado de problemas e pergunte os sentimentos de quem saiu e largou seu dever a cargo dos amigos. Comente que, quando estamos unidos, as dificuldades ficam mais fáceis de serem enfrentadas. Finalmente, cada um deve estourar uma bexiga e ler o recado, comentando se é um desafio ou uma solução e o significado da palavra.


SONHO MEU!


Materiais: balões coloridos, caneta esferográfica, folhas de papel sulfite tamanho A4, palitos de churrasco, tesoura com ponta arredondada.

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Corte o papel sulfite em pedaços que caibam dentro dos balões e em quantidade suficiente para toda a classe. Em um lugar amplo, solicite que as crianças escrevam seu sonho no pedaço de papel. A seguir, elas devem dobrá-lo e colocá-lo dentro da bexiga, que deve ser inflada e amarrada. Entregue um palito de churrasco para cada estudante e, com a voz séria e firme, dê o comando: "Protejam seus sonhos". Provavelmente, as crianças começarão a estourar os balões dos colegas. Depois que terminarem, pergunte- lhes por que elas destruíram os sonhos dos colegas. Deixe que pensem no assunto e ajude-as a entender que, para defender seu sonho, não era preciso destruir o dos outros: bastava cada uma cuidar do seu e, se possível, zelar pelo do outro. Você pode aproveitar o assunto e iniciar um bate-papo sobre respeito e ética e a importância de nossas vontades e dos limites que temos de seguir para respeitar os outros.


E EU?


Materiais: caneta esferográfica, fita crepe, tesoura com ponta arredondada

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Para está brincadeira, recorte pedaços de fita crepe em quantidade suficiente para todos os alunos é escreva neles comandos como beije me aperte minha mão abrace me deixe me pisque para mim Em apenas um deles escreva deixe-me — esse será o único aluno que não será procurado. É interessante também colar os adesivos nas costas ou na testa dos estudantes, de modo que eles possam ler apenas o que esta escrito nos amigos E possível que a criança fique triste porem ao mesmo tempo ela também sabe que todos estavam apenas seguindo o comando escrito na fita. O objetivo é que expresse o que sentiu naquele momento para que todos entendam que não se deve agir dessa maneira A simulação é uma forma de fazer com que reflitam sobre o pirulito sem gerar mágoas. Dê continuidade pedindo que os colegas relatem situações nas quais se viram excluídos e como se sentiram.



ATENÇÃO


COLOCANDO EM PRÁTICA:


Divida o alunos em duplas e, peça-lhes que se espalhem pelo ambiente. Solicite que se observem por 2 minutos Então, os colegas devem virar-se de costas uns para os outros e mudar três coisas -neles. A seguir devem desvirar-se e pedir que o parceiro descubra o que foi mudado. O outro também repete, e assim sucessivamente. Realize a dinâmica três vezes e depois troque as duplas. Esta atividade ensina a importância da observação atenta e dos detalhes a diferença entre olhar e ver. A nova Visão permite que as crianças entendam que é importante conhecer a individualidade e se importar com as pessoas





CORRIDA DIVERTIDA

Materiais: água, anilina colorida, cadeira ou mesa, conta gotas, fita adesiva, jornais, papel grande com 1x0,5m, potes de iogurte vazios, tinta guache.

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Nesta brincadeira de cores e transformações, todos ganham. Corte o papelão com aproximadamente 1 m de comprimento por 0,5 m de largura e, com a fita adesiva, prenda-o em uma cadeira, uni suporte de madeira (como na foto) ou na própria parede, da maneira que forme um ângulo de aproximadamente 45 Espalhe jornais pelo chão, para conter a sujeira. Dilua as tintas em água e coloque-as em um conta-gotas ou um tubo com a ponta fina, para contar a quantidade despejada. Ao mesmo tempo, as crianças começarão a pingar a tinta na parte superior da folha. Quem conseguir fazer que a tinta chegue primeiro ao final vence a brincadeira. As tonalidades poderão se misturar, umas, chegarão antes e outras depois. Coloque o trabalho para secar e exponha a arte maluca. Esta atividade exercita o poder de observação da turma, em itens como o tempo que a tinta leva para escorrer o que cada cor precisa se uma foi mais diluída que a outra.



ESGUICHO DIVERTIDO

Materiais: água, alfinetes, bexigas, camisetas velhas, fita crepe, folhas de jornal, papel kraft, tintas guache ou. anilina.

COLOCANDO EM PRÁTICA:

Coloque uma boa quantidade de tinta, como anilina ou guache, dentro das bexigas e peça que os alunos completem os balões com água, deem um nó cai suas pontas e os sacudam, para misturar a tinta e água. Na base do balão, que é mais grossa, grude uni pedaço de fita-crepe e, cuidadosamente, espete-a com o alfinete (em cima da fita adesiva para evitar explosão da bexiga). Agora, a turma tem originais esguichos de tinta! Se o chão não for lavável, forre-o com jornal e, a seguir, fixe o papel kraft nele. Deixe a turma fazer seus desenhos, seguindo ou não um tema específico, aproveitando apenas os espaços forrados.Modifique a brincadeira colando o papel na parede.


Fonte: Projetos Escolares- Ensino Fundamental

quinta-feira, 10 de julho de 2014

JOHN DEWEY, O PENSADOR QUE PÔS A PRÁTICA EM FOCO

O filósofo norte-americano defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças.


Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. 

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e intelectual. 

O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.


Estímulo à cooperação

Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia a dia. Outro ponto-chave de sua teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam de discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento", escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada. 

Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo. 

"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação, na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo.

A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.


Liberdade intelectual para os alunos

A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas ideias do educador.


Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que, não havendo separação entre vida e educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. Como ele dizia, "as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo". Então, qual é a diferença entre preparar para a vida e para passar de ano? Como educar alunos que têm realidades tão diferentes entre si e que, provavelmente, terão também futuros tão distintos?

AS REGIÕES BRASILEIRAS

O Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal - onde fica Brasília, a capital do nosso país - que, de acordo com características naturais, são agrupados em regiões.

Objetivos:
★ Despertar o interesse infantil em relação ao território nacional.
★ Fazer com que os alunos se posicionem adequadamente dentro do Brasil, identifiquem seu Estado e a região a que ele pertence.
★ Possibilitar o reconhecimento das características de cada região.
★ Estimular a compreensão do processo de desenvolvimento de cada região, a partir de suas respectivas características.

Faixa etária: Crianças a partir do 2° ano. 



Oficialmente, essas regiões são demarcadas pelos limites dos próprios estados que a formam. Dessa maneira, não há nenhum deles que se espalhe por duas regiões. Além desse aspecto, há outros que explicam o maior ou menor desenvolvimento de certos Estados. 

Na Região Sul, por exemplo, devido às condições climáticas, a maioria dos Estados atraiu várias correntes de imigração. Portanto, são essas características que devem ser apresentadas aos alunos para que eles comecem a conhecer um pouco mais do nosso país, de acordo com o próprio lugar de origem ou a partir do local em que vivem. 

Para tanto, basta dispor mapas e atlas para que as crianças façam a visualização do Brasil, de seus Estados e regiões como um todo e, então, iniciem as primeiras comparações, que devem ser fundamentadas em pesquisas. 

Descrição das cinco regiões

Região Norte - Reúne os Estados do Acre1, Amazonas2, Roraima3, Rondônia4, Pará5, Amapá6 e Tocantins7. Tem um território de 3.851.560 km² (45,2% do território nacional) e uma população pouco superior a 14 milhões de habitantes - o que faz dela a região com menor densidade demográfica. Seu clima predominante é o tropical úmido, enquanto a característica mais marcante é a Floresta Amazônica, que apresenta algumas áreas de transição e os outros tipos de vegetações em regiões adjacentes.


Região Nordeste - Congrega os Estados do Maranhão8, Piauí9, Ceará10, Rio Grande do Norte11, Paraíba12, Pernambuco13, Alagoas14, Sergipe15 e Bahia16. Possui um território de 1.556.001 km² (18,2% do território nacional). Sua população é pouco superior a 50 milhões de habitantes. A região em si se subdivide em quatro outras sub-regiões, conforme características climáticas e de urbanização.


Região Centro-Oeste - Compõe-se pelos Estados de Goiás17, Mato Grosso18 e Mato Grosso do Sul19 e pelo Distrito Federal20. Tem um território de 1.604.852 km² (18,9% do território nacional). Sua população é de cerca de 12 milhões de habitantes. Rica em diversidades naturais, nela se encontra o Cerrado, o Pantanal e a floresta Amazônica - domínios que se destacam por serem considerados patrimônios naturais do Brasil. Quanto à localização, essa parte do Brasil se limita com todas as outras regiões, além de fazer fronteira com o Paraguai e a Bolívia.



Região Sudeste - Engloba os Estados de Minas Gerais21, Espírito Santo22, Rio de Janeiro23 e São Paulo24. Tem um território de 927.286 km² (10,6% do território nacional). Sua população é de cerca de 77 milhões de habitantes. Bastante industrializada, responde por pouco mais da metade do Produto Interno Brasileiro (PIB). Seu relevo é caracterizado pela grande quantidade de cadeias montanhosas e serras, que influi no clima.


Região Sul - Abrange os Estados do Paraná25, Santa Catarina26 e Rio Grande do Sul27. Tem um território de 575.316 km² (6,8% do território nacional) e sua população é de mais de 26 milhões de habitantes. O clima predominante é o subtropical - exceto no norte do Estado do Paraná, onde se destaca o tropical - que, devido às grandes variações, já registrou as temperaturas mais baixas do Brasil no inverno.


Sobre a República Federativa do Brasil
Esse é o nome oficial do Brasil, o maior país da América do Sul e o quinto maior do mundo em área territorial. Ele ocupa quase que 47% do território sul-americano, onde é o único falante da língua portuguesa.

Controvérsias sobre o Tocantins
A área correspondente ao Estado, atual integrante da Região Norte, por ter sido originária do desmembrado de Goiás, que fica no Centro-Oeste, foi a última alteração na delimitação das regiões brasileiras. Embora essa decisão tenha sido tomada oficialmente em 1988, a modificação é discutida até hoje, visto que as características do Tocantins se assemelham muito mais com as da Região Centro-Oeste do que com as dos outros Estados da Região Norte, exceto pela vegetação ao norte, na qual se destaca a floresta amazônica.

Proposta para uma nova delimitação
Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem a divisão geoeconômica proposta por Pedro Pinchas Geiger em 1967, que leva em conta os aspectos naturais e humanos. De acordo com tal proposta, haveria apenas três regiões: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste, cujas fronteiras não coincidiriam com as atuais.

GATINHOS NO TÚNEL

Objetivos:
# Trabalhar as cores, a socialização e desenvolver a atenção, agilidade e as noções de tempo e espaço.

Idade: a partir de 3 anos

Materiais: 12 caixas de papelão grandes, balões 

Passo-a-passo:

Separe as 12 caixas de papelão (que tenham tamanho suficiente para que as crianças consigam passar engatinhando por dentro delas), encape 6 delas com papel azul e as outras 6 com papel vermelho. Se preferir, utilize tinta guache para pintar.

Variação: Conforme a idade das crianças, podem ser utilizadas mais cores: verde, amarelo, azul e vermelho.

Após confeccionar as caixas, escolher um local amplo para montar um circuito (trajeto) com as caixas, dispondo-as alternadamente. No final do trajeto, coloque os balões (que devem ter as mesmas cores das caixas) de acordo com o nº de participantes.

Divida a turma em equipes, de acordo com o nº de cores utilizadas nas caixas e amarre uma fita em cada um com a cor específica de sua equipe.

Mostre as crianças onde começa e onde termina o trajeto.

Explique que, ao seu comando, eles deverão engatinhar por dentro das caixas da mesma cor definida para sua equipe e desviar daquelas cuja tonalidade não lhe diz respeito. Assim, trabalharão a noção de dentro e fora, bem como, atenção e agilidade. Quando chegarem ao final, cada um pega uma bexiga do tom da sua equipe e senta para estourá-la. Após esse momento, o próximo integrante repete o mesmo percurso. Quando a criança passar por dentro de uma caixa que não corresponder a cor de sua equipe, deve retornar ao princípio do percurso. Ganha a equipe que estourar todos os balões primeiro.


Outra sugestão utilizando uma das caixas confeccionadas:





terça-feira, 8 de julho de 2014

ENTENDENDO DE TRÂNSITO NA ESCOLA

Ser um bom motorista está ligado ao respeito de regras. Elas devem ser aprendidas logo cedo. Mesmo na infância algumas normas de conduta ligadas ao trânsito já podem ser expostas para o pequenos aprendizes.

Não só com a função de motorista, porém no papel de pedestre há de estabelecer um compromisso com a segurança de todos. Não é tarefa difícil selecionar alguns pontos sobre o trânsito e expor em sala de aula para a turminha.

É importante a criança saber desde cedo que acidentes podem ser evitados se os adultos – condutores dos veículos, respeitarem normas que existem exatamente para manter o equilíbrio e a fluidez das vias. De acordo com a faixa etária da turma, algumas regras como uso do cinto, limites de velocidade, revisões no automóvel podem ser conversadas.

Muito divertido é brincar de motorista, e de forma lúdica, passar importantes informações sobre como ser um bom motorista – respeitar a faixa de pedestre, ser cordial, respeitar as vagas para idosos e deficientes. 

Se a escola dispõe de espaço físico, uma mini estrutura pode ser montada, com semáforos, faixas de pedestres, sinalizações feitas pela classe. Uma brincadeira divertida e que funciona como investimento para a paz no trânsito.

Muitos estudantes usam transporte escolar para ir diariamente à escola ou são levados nos carros dos pais, ou seja, estão no dia a dia vivenciando o que é o trânsito de grandes cidades. E, talvez, vez por outra, sentem uma atmosfera de estresse de quem dirige.

Provocar o senso crítico, ao mostrar o por quê as vias devem estar bem asfaltadas, e de onde vem o dinheiro para as obras, serve para plantar uma semente de realidade na cabecinha das crianças. Explicar o por quê da necessidade de ter um seguro de carro, ou de realizar revisões, ficar atento ao preço do combustível etc. 

Podem parecer assuntos chatos para crianças, mas se forem debatidos de maneira interativa e através de demostrações será muito proveitoso. Até em uma brincadeira pode se realizar teatralmente um compra de um carro e explicar através da matemática os impostos na compra de um veículo e os valorem em questão.

Uma maquete pode ser feita em grupos e nela os alunos podem desenvolver ideias e compartilhar com os colegas como seria possível melhorar o trânsito no bairro da escola, por exemplo. A confecção do material pode ser atrelada à uma disciplina como geografia e o estudo das cidades, demografia etc. 

Outra questão pertinente é o meio ambiente. Ele pode ser um importante tópico no que concerne à poluição causada pelo excesso de automóveis. Assuntos como ciclovias, uso de carros elétricos ou bondes podem ser mostrados aos alunos, inclusive com exemplos de como funciona em outros países. 

Você já fez um trabalho sobre o trânsito com seus alunos?