sexta-feira, 11 de julho de 2014

PROJETO: MÁRIO QUINTANA



Em 30 de julho, comemora-se o aniversário do poeta modernista, que pode ser homenageado com atividades que transformam poesia em pura prosa


Disciplinas: Português, Educação Artística e História

Anos: 3º ao 5º

Objetivos:
  • Descobrir o poema e a poesia. 
  • Conhecer a biografia de Mário Quintana, bem como poemas de sua autoria.
  • Treinar declamação.
  • Criar e montar poemas com recortes de jornais e revistas.
  • Desenhar e declamar.
  • Interessar-se por esse tipo de escrita.
  • Respeitar a criação dos colegas.
  • Opinar e sugerir.

Educar é uma poesia
Merecedora de vários versinhos
Como num poema em soneto
Ou em linhas longas, como uma história em prosa




CONHECENDO O POEMA

Materiais: borracha; caderno; dicionário; lápis preto; autobiografia de Mário Quintana, poemas do autor.

Reproduza os poemas de Mário Quintana em quantidade suficiente para todos os alunos. Entregue-os a eles para que conheçam o seu trabalho e entrem em contato com o tipo de escrita. Peça-lhes que leiam os poemas silenciosamente e depois em voz alta, um a um. Pergunte-lhes o que entenderam e se concordam com o que foi escrito pelo poeta. Estimule a participação da classe como um todo, de forma que o debate se torne uma conversa animada e enriquecedora. Complemente a conversa fornecendo aos estudantes a autobiografia de Mário Quintana, para que os estudantes o conheçam e sintam-se mais próximos a ele. Converse a respeito da diferença entre poemas e poesias e peça-lhes que escrevam poemas, a fim de ampliar o vocabulário. Lembre a turminha de que o dicionário pode ser um grande amigo.




Mário Quintana
Auto-biografia



Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Nest e último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade. Nasci no rigor do inverno, temperatura: grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?


Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.




EMOÇÕES À FLOR DA PELE

Materiais: argila; folhas de papel canson; giz de cera; massa de modelar; papel machê; tinta guache colorida.

Aguce os sentidos e traga à tona as emoções mais profundas e pessoais das crianças, fundamentais para elaborar poesias. Utilizando os materiais disponíveis, os alunos podem fazer esculturas com tema livre, como flores, vulcões, animais, prédios ou o que imaginarem. Deixe os objetos à disposição dos estudantes, a fim de que escolham com qual se sentem mais à vontade para se expressar artisticamente. Evite prender-se a exemplos pré-moldados: permita que os pequenos criem espontaneamente, para que, com o desenvolver do projeto, possam acrescentar idéias e complementar sua produção.



EXPRESSIVIDADE

Materiais: folhas de papel sulfite tamanho A4; lápis preto.

Depois da manipulação dos materiais e da criação de imagens e objetos, oriente os alunos a escrever palavras que vêm à mente, inspirados pelo desenho ou pela escultura. Devem ser vocábulos soltos, que não tenham necessariamente uma conexão entre si, mas que se relacionem, de alguma forma, à obra e o que ela representa. Tais associações podem ser incomuns. De posse da lista de palavras, os estudantes deverão fazer um poema.



TROCANDO IDEIAS

Materiais: poesias escritas na atividade “Expressividade”.

Solicite que cada criança leia silenciosamente a poesia feita. Com a autorização do aluno, escreva um dos textos no quadro-negro e peça-lhe sugestões de palavras ou trechos que possam ser substituídos ou acrescentados. Faça isso de forma alegre e descontraída. Se julgar necessário, converse abertanente com a turma, para que nenhum aluno se sinta desprezado ou pense que você ou os colegas não gostaram do poema dele, porque algumas palavras estão sendo alteradas. Explique- lhe que é um exercício de cooperação e que o objetivo é criar poesias a partir daquela. Também é possível informar como a atividade será feita e pedir que alguém se habilite a ter o texto alterado, sempre com muito respeito pelo trabalho do colega. Por fim, a garotada deve reescrever os próprios textos. A leitura em voz alta de alguns poemas para a classe completa a atividade.




DESCONSTRUIR E RECONSTRUIR

Materiais: borracha; lápis preto; folha de papel sulfite tamanho A4; poesias de Mário Quintana (prontas na folha de moldes); tesoura com ponta arredondada.

Vale tudo com a poesia, até obras de poetas consagrados podem ser desmontadas e reescritas, sem solenidade. Versos e poemas podem ser usados como ponto de partida para que os alunos desenvolvam o próprio estilo. Os exercícios podem ser realizados individualmente ou em grupo. Criar rimas e versos livres é importantíssimo. Às vezes, restringimos as poesias ligando-as à necessidade de rimar, e isso é desnecessário: muitas vezes, mais importante que rimar é encontrar a sonoridade das palavras, transmitindo a emoção desejada. Inicie a dinâmica apresentando um verso fixo para as crianças. A partir dele, elas devem criar poesias, permanecendo atentas à sonoridade das palavras. Preste atenção ao que os pequenos escrevem, pois, muitas vezes, eles apenas buscam palavras que combinam entre si e não se relacionam com o poema. A coerência é importante. Em seguida, distribua cópias do molde das poesias de Mário Quintana e peça que as crianças cortem palavras ou frases, para depois criar outras montagens.
Elas se surpreenderão ao verificar que uma mesma poesia pode apresentar muitas combinações diferentes. Dessa forma, você exercita a coerência e mostra que um poema é uma unidade, não um amontoado de palavras. A seguir, solicite-lhes que levem para a classe fotos pessoais ou de lugares conhecidos — revistas podem ser uma opção. Peça-lhes que contem aos colegas as sensações ou lembranças despertadas pelas imagens. Essa lista de palavras servirá de base para novos poemas. Por fim, recomende às crianças que ilustrem as poesias, desenhando as cenas ou as sensações sugeridas pelo poema, em vez de simplesmente retratar os objetos mencionados no texto.

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