terça-feira, 19 de novembro de 2013

ATIVIDADES DE CIÊNCIAS NATURAIS

1. Germinação e partes da planta:
Iniciar contando a história de João e o Pé de Feijão. Depois de contar a história, perguntar aos alunos se eles sabem como o feijão do João brotou. Anotar no quadro as hipóteses dos alunos. Após o levantamento de hipóteses, explicar que a semente do feijão passa por um processo de germinação que dura alguns dias e não uma noite como na história.

Materiais: sementes de feijão, algodão, potes de plástico, cadernos, lápis e lápis de cor.
Deixar sementes de feijão sobre algodão embebido em água, para que os alunos possam observar as fases iniciais do desenvolvimento da planta. Verificar de onde surgem as primeiras folhas e de onde vem a raiz, acompanhando as modificações que acontecem no embrião, até que surjam as folhas verdadeiras. Mudar, periodicamente a posição da plantinha, observando o sentido em que crescem o caule e a raiz e o seu comportamento quando essa posição é alterada.

Procedimentos:
1. Deixar de molho, de um dia para o outro, algumas sementes de feijão(3 a 5).
2. Colocar as sementes sobre o algodão embebido em água, num pote de plástico (pote de margarina ou, de preferência, um pote plástico transparente, formado com o fundo de uma garrafa de refrigerante ou de água mineral).
3. Observar diariamente, registrando no caderno as transformações que acontecerem.

Propor que os alunos façam, cada um a sua experiência com os feijões, seu processo de germinação no algodão. Esta observação leva alguns dias, então propor que façam um relatório, anotando dia-a-dia. Explicar que a água e a luz são necessárias à vida das plantas, porque as utilizam para fabricar o seu alimento. Nem todas as plantas necessitam da mesma quantidade de água, mas a maioria necessita de luz abundante. No solo, existe água e outras substâncias que as plantas também utilizam para se alimentarem. E que cada tipo de planta necessita de uma determinada temperatura para viver. As plantas podem nascer a partir de sementes. Para que elas nasçam, cresçam e se desenvolvam, necessitam de terra adubada, água, ar, luz e calor. Explicar também que por ser no algodão, a semente não terá uma vida muito longa, mas ela serve para explicar esse processo de germinação das sementes. Depois das sementes terem germinado, é possível também mostrar às crianças as partes da planta: raiz, caule, folhas e fruto. 



2. Como os rios se defendem da poluição:
Na edição especial da revista Nova Escola: PCNs Fáceis de Entender há esta atividade, desenvolvida pelo professor Vinícius Signorelli. Esta atividade tem como objetivo mostrar aos alunos que a água da chuva ajuda os rios a combater a poluição. Rios que sofrem por receber detritos como esgoto não tratado ou produtos químicos eliminados por indústrias vão, ao longo de seu curso, ganhando água limpa, que vem da chuva. Aos poucos, esta água vai diluindo os poluentes e diminuindo os efeitos nocivos deles. Para demonstrar o processo, são necessários quatro copos, água e detergente.

Seguir os seguintes passos:
a) Colocar uma colher (de sopa) de detergente em meio copo de água
b) Ação da água: acabar de encher com água esse copo e mexer para fazer espuma
c) Diluição: Despejar metade em outro copo, juntando uma quantidade igual de água e mexer
d) Resultado: repetir o processo duas vezes e ver que a espuma diminui no quarto copo.

Aproveitar nessa atividade para explicar às crianças que os elementos da natureza interferem uns sobre os outros.



3. Vulcão em atividade - Montanhas que explodem 

Perguntar aos alunos o que eles acham de assistir os fenômenos da erupção de um vulcão, pedindo que observem o espalhamento do magma.

Serão necessários os seguintes materiais:
• Jornal velho
• Vinagre
• Uma colher de chá de bicarbonato de sódio
• Tinta guache vermelha ou corante vermelho para comida
• Um copo limpo e uma colher
• Uma seringa de injeção, sem agulha, limpa e seca
• Um tubo plástico para filme fotográfico, com tampa
• Um prato grande ou uma travessa
• Areia comum

Passos a seguir:
a) Antes de qualquer coisa, forrar a mesa onde irá trabalhar, para evitar que a “lava” cause muita sujeira.
b) Faça um pequeno furo na tampa do tubo de filme, pelo qual possa entrar a ponta da seringa.
c) Ponha um pouco de bicarbonato de sódio no tubo e coloque-o no centro da mesa.
d) Tampe-o bem e, com a areia, forme uma pequena “montanha” envolvendo-o. Deixe livre a abertura na tampa.
e) Coloque um pouco de vinagre no copo.
f) Junte tinta vermelha ou corante de alimentos ao vinagre e mexa bem. Isso fará a “lava” vermelha, ou seja, da cor da lava que sai dos vulcões.
g) Encha a seringa com vinagre colorido e, introduzindo sua ponta na abertura da tampa, coloque vinagre o tubo plástico.
h) Retire rapidamente a seringa e observe a erupção do “magma”.
i)Repita a experiência outras vezes, variando as quantidades de vinagre ou de bicarbonato de sódio.

Essa atividade permite observar que as bolhas se desprendem, formando a espuma colorida que foi vista. Estas bolhas são chamadas de dióxido de carbono. Esse gás que se formou de uma reação química entre o vinagre e o bicarbonato de sódio, pressiona as paredes do frasco, forçando a saída do líquido borbulhante para fora, de forma semelhante ao que ocorre nos vulcões. Algumas vezes a pressão interna é tão grande que a própria tampa do frasco pode ser arremessada, do mesmo jeito que acontece em algumas explosões vulcânicas.



4. Reciclagem educativa:

Procedimentos:
a) Selecionar o papel conforme sua textura.
b) Picar o papel em porções de aproximadamente quatro por quatro centímetros.
c) Hidratar o papel, em um balde, deixando o mesmo de molho em água durante um período mínimo que varia de acordo com sua textura. Hidratá-lo bem é o primeiro segredo para obtermos uma boa massa. É preferível aumentar o período de hidratação do que diminuí-lo.
d) Triturar o papel em liquidificador.
e) Despejar o conteúdo do copo do liquidificador em uma bolsa de pano. Utiliza-se também um saco de tecido, colocado dentro de um balde, com a sua porção superior dobrada sobre a borda do mesmo. Fechar a bolsa e erguê-la levemente com uma das mãos. Com a outra ir girando a bolsa com o conteúdo, enquanto efetua leves pressões sobre ela. Uma vez expulso o excesso de água da bolsa, teremos a nossa massa de papel pronta.

Tabela: tempo de hidratação do papel conforme sua textura:

TIPO DE PAPEL TEMPO DE HIDRATAÇÃO
toalha 2 dias
jornal 7 dias
ofício 20 dias
papelão 30 dias



5. A lição da terra fértil:
Explicar aos alunos como bactérias e fungos decompõem substâncias orgânicas presentes no solo, a decomposição feita por estas bactérias e fungos, transformando restos orgânicos, como corpos de animais mortos e folhas que caem das árvores, em substâncias simples, principalmente nitrogênio. Assim, essas substâncias podem ser absorvidas pelas plantas que se nutrem delas. Reproduzir em pequena escala o processo de decomposição de matéria orgânica e criar, num caixote, um solo rico em nutrientes, e apropriado para o desenvolvimento de vegetais. É preciso tomar alguns cuidados: deixe o caixote na sombra e, se aparecerem insetos ou larvas, não usar inseticidas para matá-los, retirá-los com luvas. Para realizar o trabalho proposto, são necessários dois meses, aproximadamente.

Materiais:
Um caixote forrado com saco plástico, folhas (verdes e secas), borra de café, serragem, uma colher, um termômetro e cascas de ovos.

Procedimentos:
Colocar terra no caixote até ocupar a metade dele. Então, misturar os demais componentes à terra. Regar o caixote diariamente, (sem encharcar, se houver muita umidade, regar um pouco menos, observando que a temperatura da terra aumenta) por algumas semanas, até que não dê mais para distinguir as folhas e os restos orgânicos.



6. Ar
Os alunos podem observar os ventos e construir instrumentos simples, como cata-ventos e aviões de papel, para entender dois temas: a existência de ar ao nosso redor e o vento, que é o ar em movimento e também uma forma de energia.

Materiais para o cata-vento:
• 1 folha de papel 
• 1 palitinho de churrasco 
• 1 alfinete 
• 1 canudinho 
• uma rodela de cartolina 
• cola 
• tesoura 
• lápis de cor
• papéis coloridos ou tinta guache 

Recortar um quadrado com lados de 20 cm cada. Para o seu cata-vento ficar bem colorido, dividir esse quadrado em quatro triângulos, traçando as diagonais. Pintar ou fazer uma colagem diferente em cada um desses triângulos. Mas só de um lado da cartolina. Fazer um traço nessas marcas diagonais, tomando cuidado para que os traços não se encontrem no centro do quadrado. Usando uma régua para medir, os traços devem ter o mesmo tamanho. Os traços devem estar iguais aos do desenho. Depois disso, recortar a linha tracejada. Pegar uma ponta do triângulo e levar até o meio do quadrado. Não precisa dobrar! Fixar com a cola. Fazer isso com uma ponta de cada triângulo alternadamente. Para dar estabilidade ao cata-vento, recortar uma rodela de cartolina. Com um alfinete, fazer um furo exatamente no meio desse círculo. Levar o círculo até a “cabeça” do alfinete. Furar também o centro do cata-vento e prender com a cola ao círculo. Um pedacinho de canudinho enfiado no alfinete antes de ser pregado no palitinho de churrasco também ajuda o cata-vento a ter mais estabilidade. Por último enfiar o alfinete no palitinho de churrasco como se fosse um prego. Para evitar que a ponta do alfinete machuque alguém durante a brincadeira, cortar um pedacinho de borracha e prenda no alfinete como uma tarraxa sem deixar sobrar a ponta.


O QUE E COMO DEVER SER TRABALHADA A CIÊNCIAS NATURAIS NOS ANOS INICIAIS?

O ensino de Ciências Naturais há aproximadamente 40 anos passou a integrar o Currículo. Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/61 o ensino de Ciências Naturais se dava apenas nas duas últimas séries do antigo ginásio e, após esta Lei, o ensino desta disciplina passou a fazer parte de todas as séries ginasiais. A Lei 5.692/71 tornou obrigatório o ensino de Ciências Naturais em todas as séries do primeiro grau (hoje Ensino Fundamental). Quando foi promulgada a Lei nº 4.024/61, o ensino era tradicional, onde os professores transmitiam conhecimentos acumulados pela humanidade através de aulas expositivas e os alunos os absorviam. O conhecimento científico era tomado como neutro e a verdade científica não era questionada. A partir da Escola Nova, o ensino de Ciências se deslocou para a questão pedagógica e os objetivos além de serem informativos, passaram a ser formativos. 

Nos anos de 1970 houve uma crise energética e os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde passaram a ser obrigatórios em todos os currículos das Ciências Naturais, abordados de diferentes formas e níveis. A produção de programas pela aproximação de conteúdos de Biologia, Química e Geociências deu lugar a um ensino que integrava diferentes conteúdos, que representava um desafio para a Didática de Ciências. 

Durante a crise político-econômica a crença na neutralidade da Ciência foi abalada e o campo de Ciências Naturais foram discutidas questões como a configuração de uma tendência do ensino, conhecida como “Ciência, Tecnologia e Sociedade”, que é importante até os dias de hoje. Houve, então, uma renovação dos critérios para escolha dos conteúdos, mas os métodos de ensino/aprendizagem ainda persistiam na crença no método da redescoberta que caracterizou a área nos anos de 1960.

Hoje, existem muitas produções acadêmicas voltadas à investigação das pré-concepções das crianças, onde o professor conta com a curiosidade de seus alunos em relação à natureza e tecnologias que eles convivem. Mas os alunos só aprendem se os professores criarem oportunidades para que eles pensem e se manifestem.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), as Ciências Naturais têm como objetivos gerais:
• Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

• Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e sua evolução histórica;

• Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir dos elementos das Ciências Naturais, colocando em práticas conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
• Saber utilizar conceitos científicos básicos associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

• Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc. para coleta, organização e discussão de fatos e informações;

• Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento;

•Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;

• Compreender a tecnologia como meio de suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.


CONTEÚDOS:

Na área de Ciências Naturais, os conhecimentos são desenvolvidos por diferentes ciências e por conhecimentos relacionados às tecnologias. Há uma grande variedade de conteúdos divididos em áreas específicas, como Biologia, Astronomia, Biologia, Química, Física e Geociências, que devem ser considerados no planejamento dos professores.

Ambiente
Esta temática permite apontar para relações recíprocas entre sociedade e ambiente, marcadas por necessidades humanas, conhecimentos e valores. As questões específicas dos recursos tecnológicos estão ligados às transformações ambientais, que também são importantes para serem desenvolvidos. Os conceitos de Ecologia são construções teóricas e não fenômenos observáveis ou passíveis de experimentação, o que é o caso das cadeias alimentares, do fluxo de energia, da fotossíntese, da adaptação dos seres vivos ao ambiente e da biodiversidade. 

De acordo com a Síntese dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências, estes [...] não são aspectos que possam ser vistos diretamente, só podem ser interpretados, são ideias construídas com o auxílio de outras mais simples, de menor grau de abstração, que podem, ao menos parcialmente, ser objeto de investigação por meio da observação e da experimentação diretas (s.d. p. 32).


Ser Humano e Saúde 
Para o aluno, a aprendizagem sobre o corpo humano deve estar associada a um melhor conhecimento do próprio corpo, por ser seu e ser único e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém mais pode ter, o que favorece o desenvolvimento de atitudes de respeito e consideração pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais (Síntese dos PCNs, sd, p. 32). 


Recursos Tecnológicos
Enfoca as transformações dos recursos materiais e energéticos em produtos necessários às pessoas, como aparelhos, máquinas, instrumentos e processos que possibilitam essas transformações e as implicações sociais do desenvolvimento e do uso de tecnologias. Pretende formar alunos que compreendam e utilizem recursos tecnológicos que se aplicam e se ampliam na sociedade. Reúne conceitos como matéria, energia, espaço, tempo, transformação e sistemas aplicados às tecnologias que são mediadoras das ações do homem com seu meio. A escolha dos conteúdos deve ser estimulante e de interesse dos alunos, para que sirva à sua aprendizagem de procedimentos, ao desenvolvimento de valores e construção da cidadania.



REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO:

Para se trabalhar com Ciências Naturais a curiosidade dos alunos pode ser transformada na principal aliada do professor, em relação à natureza e aos objetos e equipamentos tecnológicos com os quais a criança convive. Para que os alunos entrem em contato com muitos temas ligados à aprendizagem científica e tecnológica, o professor deve utilizar de atividades variadas. 

Utilizando de aulas teóricas e experiências concretas o ensino de Ciências Naturais vai ajudar o estudante a compreender o mundo em que ele vive. Esse ensino deve discutir as relações do homem com a natureza e também contribuir para a formação de pessoas íntegras e autônomas. 

Aprender Ciências é aprender a ler o mundo. A leitura do mundo implica expressar, através de palavras, o conhecimento adquirido na interação com o ambiente e com as outras pessoas, construindo, integrando e ampliando conceitos. Envolve também o conhecimento de si mesmo, como um organismo vivo e autoconsciente, percebendo as interações que estabelecemos e a interdependência fundamental à vida. Nesta perspectiva o ensino de Ciências permite, simultaneamente ao desenvolvimento de conceitos, o desenvolvimento da inteligência e das habilidades da criança, proporcionando à professora o prazer de contribuir para isso (BORGES e MORAES, 1998, p. 15).

Quando os alunos envolvem-se ativamente proporciona a ampliação e a modificação do que os estudantes já sabem a respeito de variados conceitos. 

Zabala (2002, p. 196) nos diz que: Os métodos globalizados nascem quando o aluno é considerado o protagonista do ensino, isto é, quando o fio condutor da educação desloca-se das matérias para os alunos e, assim, para suas capacidades, seus interesses e suas motivações. 

Logo, os métodos globalizados surgem para suprir a necessidade de uma melhor aprendizagem, o aluno é considerado o personagem principal do processo ensino-aprendizagem, e é visto como alguém que possui capacidades, interesses e motivações que precisam ser consideradas. No ensino de Ciências Naturais o interesse do aluno pode vir a ser o ponto de partida para os conteúdos a serem trabalhados se apresentando com um problema a ser resolvido, essa problematização busca promover mudanças conceituais do que os alunos já sabem e conhecem ao virão a aprender.

Podemos, então entender que incluir o conteúdo, utilizando o enfoque globalizador, no método globalizado, é uma tarefa que deve se dar através de um processo paralelo de trabalho do tema escolhido. Ou seja, para trabalhar um conteúdo considerado relevante e imprescindível para a formação do aluno, é necessário primeiro conhecê-lo e utilizá-lo, partindo sempre da realidade e do interesse do aluno. As atividades de aprendizagem podem ser incluídas e relacionadas aos exercícios e experiências que permitem compreender e conhecer o tema trabalhado.

MODELO DE LETRAS PARA CONFECÇÃO DE ALFABETO E NÚMEROS


Pode ser feito em feltro, EVA, papel color-set, papel-cartão...

domingo, 3 de novembro de 2013

FORMAÇÃO DE PALAVRAS COM SÍLABAS E DESENHOS



ATIVIDADE - FIGURAS E SONS


TEXTO E ATIVIDADES COM CH



PEQUENOS CONSUMIDORES


É dever do educador formar cidadãos conscientes, atentos aos excessos da publicidade que, tendo crianças como grandes alvos, podem levar à erotização precoce, à obesidade e à violência

por Laís Fontenelle Pereira

Educar nunca foi tarefa fácil para pais nem para os educadores mais experientes. E a contemporaneidade tem nos colocado novos e árduos desafios, principalmente no que diz respeito ao consumo. Podemos dizer que, hoje, a formação de nossas crianças não está somente nas mãos da escola ou da família, pois é compartilhada com as diferentes mídias, atravessadas por mensagens de apelo ao consumo. E aí está o maior desafio para os educadores: como integrá-las à educação formal e ajudar o jovem a ter uma visão mais crítica sobre o que consome? Como educar e formar nossas crianças para que sejam consumidores mais conscientes no futuro? Antes de nos debruçarmos especificamente sobre o papel do educador para a transformação da realidade atual, vale uma reflexão sobre a delicada relação que a criança tem estabelecido com o consumo.

Vivemos num mundo acelerado, ligados aos meios de comunicação e às redes -sociais desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. O tempo é outro, no qual a conectividade e o consumo pautam nossa socialização. Nesses novos tempos, crianças de todo o mundo têm consumido cada vez mais diferentes mídias e, muitas vezes, realizam esse consumo de forma simultânea: ouvem rádio enquanto navegam na internet, assistem à televisão lendo gibis, participam de jogos interativos no computador ao mesmo tempo que falam ao telefone ou se utilizam de outros gadgets digitais.

Apesar da influência das novas mídias e da internet, vale destacar que, no Brasil, é a televisão que ainda dita tendências de consumo. A criança brasileira é uma das campeãs mundiais no tempo médio diário que assiste à tevê. De acordo com levantamento do Ibope feito com jovens de 4 a 11 anos, das classes A, B e C, ela passa quatro horas e 54 minutos diante da tela. Em áreas de maior vulnerabilidade social e econômica, o tempo médio chega a espantosas nove horas por dia. Um tempo de consumo que ultrapassa o período médio que passa no ambiente escolar: cerca de três horas e 15 minutos, segundo estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas em 2009.

Daí pode-se dizer sem medo que a televisão tem sido um dos meios mais constantes no processo de socialização e formação da criança brasileira. Aliás, é também a forma de entretenimento preferida entre as crianças, à frente das brincadeiras e mesmo de atividades como andar de bicicleta, segundo pesquisa realizada na cidade de São Paulo pelo Datafolha em março de 2010.

Pedagogia televisiva 
Assim, outra pedagogia se instalou à infância: a da tevê, que passou a ter o poder não só de entreter, mas de informar e educar. O problema é que essa mídia educa para o consumo sem reflexão, e não para a cidadania. O mercado enxergou no abandono das crianças diante das telas uma grande chance de aumentar seus lucros e passou a criar uma série de programações e produtos feitos sob medida. Foi também nesse contexto que a publicidade dirigida às crianças entrou em cena com força total e passou a endereçar ao público infantil mensagens de apelo ao consumo de produtos voltados tanto a crianças quanto a adultos.

Esse tipo de publicidade aproveita-se da vulnerabilidade infantil para vender e, como resultado, a criança influencia até 80% das decisões de compra de uma família, de acordo com pesquisa da InterSciense de 2003. Vitrines lotadas dos mais variados brinquedos, merchandising dentro da programação infantil e até dentro de escolas, produtos licenciados e embalagens chamativas são apenas algumas técnicas de comunicação mercadológica utilizadas para atingir os pequenos. O grande problema está no fato de que as crianças são seres em desenvolvimento psíquico, afetivo e cognitivo e que a maioria delas, até os 12 anos, ainda não tem a capacidade crítica e de abstração de pensamento formada para compreensão total do discurso persuasivo dos apelos para o consumo. Além disso, as crianças menores ainda confundem muitas vezes publicidade com conteúdo da programação.

Hoje, todos somos impactados pela comunicação de mercado, que nos convida a consumir de forma desenfreada e sem reflexão. Ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, as crianças sofrem cada vez mais cedo as graves consequências relacionadas aos excessos do consumo. A publicidade dirigida ao público de até 12 anos de idade gera impactos bastante negativos ao desenvolvimento infantil saudável, pois contribui para o aparecimento de problemas como o consumismo, a erotização precoce, os transtornos alimentares, a obesidade, o estresse familiar, o consumo precoce de álcool, a violência e a diminuição das brincadeiras criativas, entre outros. É claro que são todas questões multifatoriais e que, portanto, a publicidade não é a única causa de seu aparecimento. No entanto, já se sabe que é um dos mais importantes entre os fatores que as causam.

Dados como os mais recentes da pesquisa de Orçamento Familiar POF/IBGE de 2008/2009 nos chocam ao mostrar que 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e 15% obesas por causa da ingestão descontrolada de alimentos ultraprocessados. Ou o de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio são os principais motivadores de delitos entre os/as internos/as da Fundação Casa, indicou pesquisa sobre o perfil realizado em 2006. Em relação ao consumo precoce de álcool, estudo da Fapesp de 2009 mostrou que 62% dos adolescentes afirmaram ter sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez, a publicidades de bebidas alcoólicas. Não é coincidência que a idade na qual se inicia o consumo regular de bebidas alcoólicas no Brasil esteja entre 12 e 14 anos.

Reinventando as relações de consumo 
O consumismo é, portanto, um hábito que se tornou uma das características mais marcantes de nossa sociedade. Mas nenhuma criança nasce consumista, e aqui vale uma reflexão ética sobre quais hábitos e valores estamos transmitindo. Hábitos consumistas e valores materialistas que priorizam o ter em detrimento do ser. O individual acima do coletivo. A competição em vez da cooperação. Além de proteger a criança legalmente da comunicação mercadológica que lhe é dirigida – como já fizeram 28 outros países do mundo (incluindo os dez com melhor qualidade de vida) –, precisamos prepará-la para que seja uma cidadã e consumidora consciente e responsável.

Educar, assim, é um ato político. O ponto central é que devemos trazer para ela a reflexão a respeito do sentido e da responsabilidade do que consumimos como tema transversal nas escolas. Essa é a base para uma educação voltada para o consumo responsável. Precisamos começar a mudar nossos próprios hábitos de consumo, além de educar nossas crianças para que tenham responsabilidade ao comprar. Elas são o prefácio para um mundo mais ético e sustentável e têm nas mãos o poder de reinventar as relações de consumo. Tudo depende da forma como as educamos. Criança precisa ter infância para ser criança.

Isso posto, fica claro que os educadores devem cumprir sua função social com as crianças, pois têm diariamente a oportunidade de contribuir para a formação de agentes autônomos, criativos e críticos. Consumir pode significar extinguir e destruir. Enquanto educadores, temos o dever de parar e pensar: que infância estamos construindo?

DICA DE LEITURA



 O Coelho Sem Orelhas

Ideal para crianças das séries iniciais, a fábula de Klaus Baumgart e Til Schweiger, ilustrada por Ilse Luder, apresenta a questão do respeito às diferenças de uma forma divertida e poética. O personagem principal é um coelho de pelo fofinho, rabinho redondo, bigodes compridos, mas sem orelhas! Apesar de ser diferente, ele podia fazer tudo o que os outros faziam, só que ninguém queira ser seu amigo. Porém, em um belo dia, ele encontrou um ovo na porta de sua casa. Tentou achar o seu dono de diversas maneiras, mas como não conseguiu, resolveu cuidar dele, na esperança de encontrar ali um amigo sem orelhas. Quando o ovo quebrou, algo inesperado aconteceu! Com 56 páginas, em média, o exemplar custa R$ 30.
Mais informações: Editora Panda Books (www.pandabooks.com.br).

QUANDO A LUA TOMOU CHÁ DE SUMIÇO

Ela resolveu tirar umas merecidas férias e sair da galáxia sem que ninguém na Terra percebesse. Para explicar sua ausência durante tantos dias criou a mentirinha que depois veio a ser conhecida como, ah, vocês sabem: "Eclipse!"

por Maria Amalia Camargo



Olha só o que diz esse livro de Ciências: “O eclipse lunar é quando a Lua entra no cone de sombra da Terra, deixando de ser visível a todos os terrestres...” 

– Ah, só pode ser brincadeira. 
– Psiu! A chefe vem vindo aí.

Os cientistas têm explicação pra tudo e inventam denominação até para o que não conhecem. Neste caso, eles criaram uma desculpa bem esfarrapada e um nome que dá até pra se falar sorrindo: “eclipse”. E a tal mentira que depois virou verdade começou assim... 

Todo mundo sabe que há séculos e séculos a Lua aguenta um dragão nervosinho presenteado por São Jorge. Também não é mistério que a Lua ilumina as noites dos terráqueos, rege as marés, embala os casais apaixonados, inspira os poetas e, ufa, chefia um batalhão de estrelas lunáticas. Pois é, com tantas obrigações, você também ficaria cansado! E foi assim com a Lua, ela começou a ficar cheia, cheia...

O dia em que quase explodiu foi quando sem querer olhou pra baixo e viu sua imagem refletida no grande espelho d’água formado pelos oceanos da Terra. A Lua começou a se achar redonda demais, branca demais, com a pele seca demais e pra lá de esburacada.

Foi então que resolveu tirar umas merecidas férias. Tomar um chá de sumiço! Queria ficar de papo pro ar, pegar jacaré na praia, tomar água de coco, usar cremes de beleza e ter pela primeira vez uma marquinha de biquíni. 

Mas como sair da galáxia sem que ninguém na Terra desse falta do satélite? Hum, foi preciso queimar e muito as pestanas. 

Passados alguns dias, a Lua marcou uma reunião com todas as suas estrelas funcionárias. Para explicar sua ausência durante tantos dias criou a mentirinha que depois veio a ser conhecida como, ah, vocês sabem: “Eclipse!” 

– Saio à francesa e finjo que a Terra cobrirá minha silhueta. Como alguns minutos para os terráqueos equivalem a anos para nós, terei tempo suficiente para descansar. No entanto, para eles corresponderá a pouquíssimos segundos. Entenderam?

E foi só a Lua botar o pé no ônibus-espacial-turístico pra começar o zunzunzum: – Nós nos cansamos muito mais do que ela, porque produzimos luz própria! A chefona nem isso tem; empresta seu brilho do astro-rei, o magnânimo, o sublime, o poderoso, o esplendoroso e absoluto, Sol! Direitos iguais! Também queremos férias!

– É isso mesmo! Vamos aproveitar e cair na gandaia! – dizia uma das Três Marias, a Maria-sem-vergonha.

Outra das Três Marias, a Maria vai com as outras, concordou e então as estrelas começaram a preparar os roteiros de viagem. A última das Três Marias, a Maria-mijona, estava morrendo de medo de entrar numa barca furada. 

Apesar de toda a empolgação das estrelas havia um grande problema: a Lua, de onde estivesse, perceberia na hora que alguma coisa estava fora do lugar. E pra fingir que estava tudo normal seria necessário botar os estreulorônios pra funcionar. 

– Eureka; tive uma ideia brilhante! Podemos pendurar luzinhas de Natal no lugar das estrelas!

– Hã? Pirou de vez; o juízo foi pro espaço!

– É, meninas, luzes de Natal! Daquelas que os terráqueos compram pra nos imitar. Deve haver por aí algum estoque encalhado de final de ano. 

As estrelas que iam viajar estavam no mundo da lua: nem pensaram direito nas consequências e logo aceitaram a sugestão. Assim, fizeram as contas de quantas lâmpadas precisariam para formar o efeito de luzes igual ao de uma cadeia de estrelas. Precisariam de toneladas e toneladas de caixas para conseguir enganar a Lua, os terráqueos e os extraterrestres. E como o dinheiro era pouco, acabaram comprando toda a mercadoria em camelôs!

– Olhem que maravilha! De longe nem parece disfarce. Agora também podemos conhecer o mar.

Alguns dias galácticos se passaram. E tudo estava correndo muito bem, até que, de repente, as estrelas de plantão foram obrigadas a chamar pelo eletricista do universo, a Estrela de Nêutrons Riuston. 

– Riuston, nós temos problemas! – falou a plantonista chefe.

E então, lá foi Riuston com sua maleta de ferramentas para descobrir o que havia acontecido: – Vixe dona, a senhora não leu o manual de instruções? 

– Que manual?

– O manual que acompanha as lâmpadas, oras! Quando uma lâmpada queima, as outras não acendem, daí tem de trocar a que está pifada pras outras voltarem a funcionar. Não vai dar pra saber qual delas está com defeito. São zilhões e zilhões! Sinto muito, madame, mas a senhora teve um baita prejuízo. 

Quando as estrelas ficavam nervosas elas começavam a piscar. Como um tique nervoso; apagavam e acendiam sem parar.

De onde estava, o redondo satélite percebeu que algum problema estava acontecendo: de um lado da galáxia um vazio e de outro, estrelas que piscavam sem parar!

– Essas lunáticas... E lá se vão minhas férias.

Enquanto algumas estrelas piscavam sem parar, outras riam de nervoso. E pra piorar, as Estrelas Explosivas começaram a falar pelos cotovelos. Era o começo do colapso de uma galáxia cheia de lunáticos: – Uma galáxia psicodélica em colapso no ápice do eclipse! O psicodélico eclipse da galáxia no colapso do ápice! O ápice do colapso no eclipse psicodélico das galáxias? É o colapso da galáxia de um psicodélico eclipse que é o máximo! 

Eu também quero brincar – diziam as Estrelas Novas: “Repete aí três vezes e bem rápido, casa suja, chão sujo, casa su...” No mesmo instante, no meio daquela confusão, as estrelas começaram a sentir um cheiro de queimado: era a Lua que havia chegado de surpresa depois de alguns dias tomando sol nas praias vulcânicas de Mercúrio. 

– Chefe! A senhora já voltou? Mas Vossa Excelência ainda está um pouco pálida.

– Sim, suas insubordinadas! Estão todas demitidas! E terão sorte de achar um lugar no buraco negro.

E não é que uma chuva de estrelas cadentes caiu sobre a Terra? Todas as estrelas demitidas voaram em direção ao planeta para se esconder no fundo do oceano. 

A Lua tinha ficado muito zangada com a desobediência das suas funcionárias. Porém, passado algum tempo, arrependeu-se e mandou que voltassem. Afinal, elas também estavam com a razão, pois todo mundo merece uma folguinha de vez em quando.

– Ah! Viver na praia é bom, mas o mar é muito salgado. A água deixa a gente cheia de ferrugem e isso prejudica nossa luz. Veja, Vossa Excelência, como estamos sem brilho. Chefe, será que poderíamos voltar? 

– Foi por isso que mandei chamá-las: quero que voltem a trabalhar como minhas assistentes.

E de uma hora pra outra, o brilho das estrelas foi voltando ao normal. Algumas começaram a apagar e a acender de felicidade. 

– E não acabou, disse a Lua – vocês também ganharão férias ano-luz sim, ano-luz não.

E assim, surgiu o primeiro eclipse lunar, as primeiras estrelas cadentes e as primeiras estrelas-do-mar que se tem notícia. 


Toda estrela cadente é uma estrela que acabou de ganhar férias. Ela desce para a Terra e vai passar alguns dias na praia, virando debaixo d’água uma simpática estrela-do-mar. Estrelas-do-mar que são retiradas de onde vivem nunca mais voltam para o céu. É uma estrela a menos que deixa de brilhar e de iluminar a noite.

CONTO AFRICANO

Dia 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra, que tal trabalhar este conto de origem africana?


Objetivos:
★Comemorar o Dia da Consciência Negra.
★ Apresentar um conto da cultura africana.
★ Valorizar a cultura africana.



A TARTARUGA E O ELEFANTE


Lá pelas terras distantes da África, na região do Benin, as mães contam esta história para seus filhos. Esta história chegou ao Brasil no colo de uma boneca africana (não me perguntem como, só sei que foi assim que aconteceu). Prestem atenção na história que eu vou contar! 

Certa vez, a tartaruga, que era muito astuta e arteira, resolveu pregar uma peça no elefante. Espalhou para todos da cidade que ela chegaria ao povoado montado nas costas do elefante, como se ele fosse o seu cavalo. Todos riram e acharam que desta vez a tartaruga levaria a pior. 

Com um plano na cabeça, a tartaruga foi até a floresta procurar o elefante que se encontrava calmamente tomando seu banho matinal.
— Olá, compadre elefante! Muito bom dia! Sabe o que andam dizendo de você lá no povoado? 
— Bom dia, comadre tartaruga. Não sei! O que andam dizendo? 
— Que você não entra lá porque e muito grande e desajeitado e tem medo de estragar alguma coisa.
— Ora, mas que desaforo. Não entro lá porque nem sei como chegar ao povoado. 
— Pois vamos resolver isso agora! Eu te mostro o caminho. Assim quando você chegar lá todos ficarão com a cara no chão. O elefante aceitou a oferta e se pôs a seguir a tartaruga até o povoado. Andaram bastante até que a malandra disse: 
— Ai, compadre, estou muito cansada. Bem que você podia me dar uma carona em suas costas, né? Pelo seu tamanho nem vai sentir meu peso. E o elefante colocou a tartaruga em suas costas e chegou à entrada do povoado. 
— Olha, compadre, vamos fazer uma brincadeira com a gente do povoado. Quando eu coçar suas costas você corre e quando eu colocar minhas unhas em suas costas, você empina e com isso todos ficarão deslumbrados. 

E o elefante aceitou o combinado e assim fizeram entre corridas e pulos pelas ruas do povoado. Tudo ia bem, com os dois rindo à vontade, até que a tartaruga deixou escapar: 
— Não falei que entraria no povoado montado em meu cavalinho? - e ria para todos que a olhavam espantados. 
— Ei! - disse o elefante - Por acaso eu sou o seu cavalinho? Você me enganou! 

E pegou a tartaruga com sua tromba e começou a ameaçá-la: 
— Pois agora eu vou te jogar naquela pedreira e você vai ver só! 
— Pode me jogar que eu tenho a casca dura e nada vai me acontecer. 
— Ah é! Pois então vou te jogar naquele lodaçal, no meio da lama... 
— Na lama não, por favor. Na lama não, que tenho medo de me afogar.
— Pois é para lá que você vai! 

E jogou a tartaruga na lama. Na mesma hora em que ela afundou, já subiu rindo da cara do elefante. 
— Aqui é o lugar onde eu gosto de ficar. E ria da cara do elefante. Ele bem que tentou pisar nela, mas só conseguiu sujar suas patas. Ele pisava de um lado, ela aparecia do outro. Ele pisava do outro lado e ela aparecia em outro lugar. Fez isso um tempão até que se cansou e voltou para a floresta, de cabeça baixa. 

Quando chegou à floresta contou para os outros elefantes o que havia acontecido e eles ainda riram dele, dizendo que ele não devia ter confiado na tartaruga. E desde então elefantes e tartarugas não são lá muito amigos e depois dessa presepada os elefantes quase nem aparecem no povoado, pois ficaram com vergonha.






Vamos fazer a boneca africana que trouxe essa história para o Brasil? 

Boneca de miçangas
Materiais: 
★Frasco de iogurte
★ Tinta acrílica preta
★ Pincel
★ Bola de isopor
★ Fio de silicone ou elástico bem fininho
★ Miçangas
★ Olho móvel
★ Lã preta 

1.Pinte o frasco e a bola de isopor com a tinta preta. 
2. Faça várias pulseiras de miçangas e coloque-as no frasco. 
3. Na bola de isopor já pintada, cole a lã imitando o cabelo. 
4. Cole os olhos, a boca e o nariz e cole a cabeça no corpo. 

Fonte: Guia Prático para Professores




terça-feira, 29 de outubro de 2013

COMÊNIO - O PAI DA DIDÁTICA

Comênio, pensador tcheco do século XVII, defendeu o ensino de “tudo para todos” e fundamentou um método para ensinar e aprender

"Didática significa arte de ensinar.” Este é o grande e solene anúncio de Comênio na saudação que faz aos leitores em Didáctica Magna, um tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. Como um pensador atento a seu tempo, reúne nesta obra sua proposta metodológica que as escolas deveriam seguir no processo de ensino e de aprendizagem. Trata-se de uma expressão e uma resposta aos desafios sociais e educacionais do século XVII, em que se vivia a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Tudo estava em processo de mudança. Surgiam gradativamente uma nova forma de trabalho, a ciência, a filosofia, a literatura e a educação; realizavam-se grandes viagens; novas terras eram descobertas; tudo se universalizava. Tornava-se necessário que todas essas conquistas sociais e científicas passassem a ser parte do conhecimento escolar. Isso somente poderia acontecer se houvesse um processo pedagógico-didático que fosse do mesmo tamanho dos novos inventos universais humanos.


Comênio preocupou-se em apresentar os fundamentos sobre os quais se pudesse edificar um método de ensinar e de aprender com tal segurança que seria impossível não obter bons resultados. Esse método devia ter um fundamento tão sólido que conduzisse, com certeza e sem erro, ao progresso intelectual. As fontes principais desse método eram duas: a natureza e a tipografia.

A natureza como modelo de ensino 

Em Didáctica Magna, Comênio faz um paralelo entre as coisas naturais e as coisas artificiais para apresentar sua nova arte de ensinar e aprender. Sobre o fundamento da natureza, como modelo da arte de ensinar, ele afirma: “Mas, como este fundamento não pode consistir senão em conformar, com o máximo cuidado possível, as operações desta arte com as normas que regulam as operações da natureza, [...] perscrutemos os caminhos da natureza, servindo-nos do exemplo de uma ave que faz sair dos ovos os seus filhos; e, observando como os jardineiros, os pintores e os arquitetos seguem felizmente os vestígios da natureza, facilmente veremos como é que eles devem também ser imitados pelos formadores da juventude”.

O primeiro fundamento sobre o qual Comênio assenta seu novo modo de ensinar é o da natureza perfeita. Os que seguirem os passos da natureza produzirão obras igualmente perfeitas. O modelo adotado é a ave. Como exemplo dos que seguem o proceder da ave ou da natureza encontram-se os artesãos: carpinteiros, jardineiros, pintores etc.

Ao eleger a natureza como modelo de sua didática, Comênio expressava seu tempo e a ele respondia pedagogicamente. Neste período, a ciência da natureza apresentava um grande desenvolvimento. O homem começava a passar do teocentrismo para o antropocentrismo, colocando o ser humano como centro do universo. Ao conhecer a natureza, o homem podia mais facilmente dominá-la, por isso se tornava senhor dela.

A concepção de natureza que está subjacente na obra de Comênio não é a natureza em si mesma, mas o conhecimento científico que o homem adquiriu sobre ela. Portanto, se os artesãos imitavam a natureza é porque haviam observado e descoberto como ela agia. Por isso, podiam imitar-lhe os passos em suas novas obras artificiais. Assim, ao tratar dos requisitos gerais para ensinar e aprender, Comênio apresenta quatro passos: 

1º. Mostra o fundamento, segundo o qual a natureza nada faz fora de seu tempo. Para exemplificar, toma a ave como modelo. Ela, para multiplicar sua raça, começa a trabalhar na primavera, quando o sol dá vida e vigor a todos os seres. 

2º. Aponta que o procedimento da natureza é imitado pelos artesãos, como o jardineiro que aguarda a hora certa para o plantio das flores. 

3º. Explicita o desrespeito à natureza por aqueles que não seguem seus passos. Contrariando a natureza e os artesãos, que a imitam em suas obras, existe a aberração da natureza: os professores. Esses não seguem o modelo da ave, por isso os resultados de seu trabalho são, em sua maioria, desastrosos para a aprendizagem. Entre as muitas aberrações apontadas, apresentamos algumas: os professores não aproveitam o momento favorável para exercitar as inteligências; não organizam sequencialmente os exercícios; não se preocupam em preparar antecipadamente todos os objetos de que necessitam para o ensino; querem meter na cabeça dos alunos muitas coisas ao mesmo tempo; exigem que os alunos decorem as lições sem tê-las compreendido; obrigam as crianças a aprender pela força; constrangem as inteligências quando obrigam as crianças a fazer coisas superiores à sua idade ou à sua capacidade. 

4º. Apresenta a correção para cada uma das aberrações assinaladas, mostrando como os professores devem imitar os artesãos, que, por sua vez, imitam a natureza que é perfeita. É uma tríplice correção: que a formação deve iniciar-se na primavera da vida, isto é, na puerícia; as horas da manhã são mais propícias para os estudos; tudo deve dispor-se segundo a idade, para que as crianças aprendam apenas aquilo que são capazes de entender.


A tipografia como modelo de ensino 

Se, num primeiro momento, Comênio elege a natureza, numa segunda fase o centro de processo escolar passa a ser a imprensa. Assim se expressa: “Desejamos que o método de ensinar atinja tal perfeição que, entre a forma habitualmente usada até hoje e a nossa nova forma, apareça claramente que vai a diferença que vemos entre a arte de multiplicar os livros, copiando-os à pena, como era uso antigamente, e a arte da imprensa, que depois foi descoberta e agora é usada”.

Como a arte tipográfica é mais adequada para escrever livros com rapidez, precisão e elegância, assim também o novo método servirá para ensinar a um maior número de alunos com maior proveito e prazer. Comênio mostra todas as vantagens que a imprensa tem sobre a arte dos copistas, a tal ponto que deseja até mudar o nome da didática para didacografia.

O pensador compara a arte da tipografia, quanto aos materiais que utiliza e os trabalhos que são necessários para operar o novo invento, com o novo método didático. Assim, na tipografia os materiais são: papel, tipos, tinta, prelo; os trabalhos: preparação do papel, composição, paginação, colocar tinta nos tipos, a tiragem das folhas etc. Os procedimentos da tipografia e da nova didática são os mesmos: “Na didacografia (agrada-me usar esta palavra), as coisas se passam precisamente da mesma maneira. O papel são os alunos, em cujos espíritos devem ser impressos os caracteres das ciências. Os tipos são os livros didáticos e todos os outros instrumentos propositadamente preparados para que, com a sua ajuda, as coisas a aprender se imprimam nas mentes com pouca fadiga. A tinta é a viva-voz do professor que transfere o significado das coisas, dos livros para as mentes dos alunos. O prelo é a disciplina escolar que a todos dispõe e impele para se embeberem dos ensinamentos”.

Comênio, na sequência da citação acima, analisa, comparativa e detalhadamente, cada um dos procedimentos do tipógrafo e do professor, evidenciando sua nova arte e desejando que ela se instaure quanto antes em todas as escolas. O professor já não necessita imitar os artesãos, mas os tipógrafos, que não imitam diretamente a natureza natural, mas a natureza artificial.

Tanto no modelo da natureza quanto da tipografia, Comênio faz uma leitura cuidadosa e perspicaz de seu tempo. Percebeu que o bom professor não se faz em sala de aula com os métodos tradicionais de ensino. O bom professor é aquele que vive o seu tempo histórico-social, o registra e o leva para a sala de aula dando-lhe uma forma didática adequada para que os alunos aprendam de forma sistematizada o conteúdo e o constituam como parte de resposta aos problemas postos pela sociedade.

O modelo de professor que Comênio nos apresenta é o de um clássico, ou seja, de alguém que lê o seu tempo, o registra numa determinada perspectiva pessoal e social e o comunica à sociedade. Assim são os clássicos da música, da pintura, da escultura, da filosofia, da ciência e da educação. Comênio é um clássico da educação e da didática. Foi um revolucionário educacional do século XVII. Por isso imortalizou-se com suas obras. Elas expressam seu tempo e a ele respondem pedagogicamente. Os clássicos devem ser lidos e entendidos dentro de seu momento histórico. A eles é necessário retornar, mesmo que vivamos imersos na imensidão de obras de grandes pensadores atuais.

Os clássicos nos ensinam a ler o mundo e a registrar de maneira original sua apreensão. Eles não resolvem nossos problemas, mas nos ensinam a captar e responder ao nosso momento, com instrumentos e tecnologias de nossa época. Retornar a Comênio é progredir na educação e na didática.

MARGARIDA DOS SENTIMENTOS


Crie uma margarida repleta de sentimentos! 

No dia a dia, a afetividade e o respeito normalmente são conquistados com responsabilidade. Então, que tal simbolizar essa analogia, com a elaboração de uma delicada flor? As crianças vão adorar fazê-la!

Ingredientes
★ Papel cartão na cor amarela
★ Papel texturizado na cor branca
★ Papel off set na cor verde
★ Fita quadriculada na cor verde e branca
★ Metade de um palito de churrasco
★ Papel celofane recortado em um circulo com 22 cm de diâmetro
★ 4 a 6 balas
★ Cola branca, tesoura e lápis
★ Risco


Como fazer: 
1. Transfira, por duas vezes, o risco da margarida para o verso do papel texturizado.
2. Recorte as duas flores e cole-as sobre o papel cartão amarelo. Deixe secar.
3. Em seguida, recorte somente as bordas das duas flores brancas, para obter duas margaridas com miolos amarelos.
4. Recorte tiras finas no papel verde. Fixe a extremidades de uma delas na ponta do palito de churrasco e comece a enrolar. Aplique cola em algumas partes para fixar o papel e manter o palito encapado. Fixe a extremidade final.
5. Recorte um pequeno retângulo de papel verde, vinque-o ao redor do palito e cole-o. Deixe secar. Logo após, aplique o suporte obtido no verso de uma das margaridas. Deixe secar novamente.
6. Na sequência, sobreponha à outra margarida e cole-as, para formar uma flor dupla. Deixe secar.
7. Enquanto isso coloque as balas no centro do círculo de celofane. Faça uma espécie de trouxinha, amarre com a fita quadriculada e dê um laço. Se quiser, dobre as extremidades das fitas e dê um pique diagonal, para obter um acabamento em "V" no laço.
8. Para finalizar, encaixe o "cabinho" da margarida no centro da trouxinha de balas. Assim, a criançada terá um pequeno arranjo para oferecer a quem quiser! 


Curiosidades:

A margarida não é uma flor! 
Ela é uma inflorescência (que nada mais é do que a reunião de muitas flores) da família Asteraceae, na qual também se destacam girassóis e crisântemos, além de outras. Examinando-a bem perto é possível ver que algumas flores formam o miolo amarelo, enquanto outras formam a borda esbranquiçada. Apesar de cada uma delas ter uma função biológica, quando unidas, ambas se tornam capazes de produzir néctar, atrair polinizadores, gerar e receber pólen.
O cultivo de margaridas
No planeta todo existem mais de 20 mil variedades de margaridas, que recebem nomes diversos: malmequer, margarida-de-paris, margarida-olga, olguinha, céu-estrelado, entre outras. Associadas à simplicidade e à modéstia, são consideradas flores campestres, que crescem próximas ao solo até atingirem 60 cm. Elas gostam de sol, água, solo rico em matérias orgânicas e clima ameno ou frio. Nessas condições, florescem tanto no outono quanto no verão.