Durante todo período de adaptação
escolar, a professora não deve se preocupar com uma rígida execução do
planejamento das atividades. Qualquer programação poderá ser alterada quando se
fizer necessário, tanto em relação ao tempo, quanto ao conteúdo, desde que se
note dificuldade ou desinteresse das crianças.
Embora os papéis sociais das
pessoas tenham sofrido transformações nas últimas décadas, ainda permanece a
ideia de que a família é responsável pelo cuidado e pela educação das crianças
pequenas. Muitos pais ainda transmitem insegurança aos filhos ao decidirem
colocá-los na escola. Mas, quando eles entendem que só a companhia dos adultos
Já não satisfaz todas as necessidades de descobertas dos filhos; quando sentem
que é preciso que eles tenham contato com outras crianças de sua idade; e
quando o espaço já não é mais suficiente para novas brincadeiras, está na hora
de se conscientizarem que chegou o momento para o ingresso na escola.
A adaptação escolar é um processo
contínuo de mudança, crescimento, desenvolvimento e amadurecimento. É um
momento em que os pequenos se deparam com duas situações delicadas: o ambiente
desconhecido e a sua separação dos pais. Para muitas, essa é a primeira vez que
se separam de seus entes queridos. É nesse momento também que acontecem as
primeiras sensações de culpa, apreensão e alegria dos pais, influenciando de
maneira significativa na maneira como eles se comportam frente á mesma.
Organize a escola no período de adaptação
Desde o primeiro contato com
pais, a escola terá o conhecimento sobre a criança, começando, então, o momento
da construção desse vínculo de compromisso entre eles em relação à criança.
Nessa fase da adaptação, a escola deve conhecer o contexto devida de cada
criança por meio de entrevistas e reuniões previamente estabelecidas com os
pais para ajudar tanto na adaptação quanto no desenvolvimento dos pequenos.
Para que a adaptação ocorra sem muitos traumas para pais e filhos, a escola
deve se organizar mostrar-se que tem capacidade para inspirar confiança, para
dar aos alunos diversas experiências.
Nessa hora, a figura da professora deve
ter destaque para que ela possa ajudar a criança por meio de suas próprias
ações, construindo sua relação com o mundo, estimulando suas atividades criadoras
e fazendo com que a adaptação à vida escolar seja um momento positivo em todos os aspectos da vida desta
criança.
Os primeiros dias de aula
Os alunos antigos também podem
ter problemas nos primeiros dias de aula. Afinal, eles irão passar por novas
experiências como outra professora, sala diferente e colegas que não conhecem.
Essa passagem precisa ser o menos dolorosa possível para a criança, explicando
aos pais que devem conversar com seus filhos sobre as mudanças. Nos primeiros dias,
a professora ainda precisa promover condições de um convívio agradável entre os
alunos antigos e novos, desenvolvendo atividades de conhecimento a respeito do
ambiente escolar, identificando os colegas, com atitudes de polidez e respeito.
Assim que as crianças entrem em sala, o educador deve estabelecer um diálogo
para se apresentar e identificar os demais colegas, mostrando o material
escolar, mobiliário, hábitos de higiene, a hora do lanche etc Ela pode,
inclusive, levar as crianças para uma “excursão” pela escola.
Atividades para o período de adaptação
Nesse primeiro momento, as
atividades devem ser lúdicas e prazerosas, suprindo o processo de separação
vividos pela criança e estimulando a individualidade e sociabilização por meio
de músicas, danças, jogos e brincadeiras que possibilitem a interação dos
alunos novos com os antigos.
Expressão Corporal - Trabalhe em grupos, com ênfase na linguagem
corporal, fazendo jogos e canções conhecidas das crianças. Objetivos: desenvolvimento
do ritmo, controle muscular, conhecimento do próprio corpo, capacidade de
autoexpressão e exploração do espaço em que se movimenta.
Orientação espacial - Coloque tolhas de papel kraft estendidas no
chão e deixe as crianças desenharem livremente com gizão de cera, respeitando o
espaço de cada colega. Objetivo: desenvolver os grandes movimentos,
desinibindo os mais tímidos e incentivando o trabalho em grupo.
Artes com jogos cooperativos - Proponha a confecção de uma peteca
feita com papel jornal. Separe algumas folhas de jornal e peça para as crianças
amassarem. Providencie pouco de serragem e recheie, dando o formato de uma bola
achatada. Elas devem encapar essa “ e pintar com tinta plástica. Em seguida,
amarre com barbante algumas penas no topo da peteca. A brincadeira deve ter a
participação de todas as crianças. Objetivo: desenvolver a criatividade,
o senso de cooperação e a interação grupal.
Esquema Corporal - Separe um arco ou bambolê e prenda nele um sino
ou outro objeto que faça barulho. Segure o arco ou bambolê e peça para as
crianças passarem através dele sem deixar tocar o sino. Objetivo: desenvolvimento muscular,
equilíbrio, orientação espacial.
Expressão Musical - Coloque um música para tocar e use a linguagem
gestual para acompanhá-la. As atividades musicais estimulam a capacidade
auditiva, dando alegria ao ambiente escolar, combatendo a agressividade,
canalizando o excesso de energia, dando meio para enfrentar o isolamento comum
na fase de adaptação. Objetivos: desenvolver a expressão criadora (não
verbal), a percepção auditiva, o gosto pela música, o senso rítmico e a
capacidade de expressão.
Jogos de construção - Pode ser de armar, de encaixar,
quebra-cabeças, etc. Escolha um local amplo e distribua os jogos para que as
crianças possam observá-los e trabalharem com os mesmos. Programe jogos
interativos que envolvem a participação da professora e das crianças. Objetivos:
desenvolver a capacidade de atenção e concentração, a observação de raciocínio
e percepção; trabalharem grupo; lidar com conceitos matemáticos; comparação de
tamanhos e quantidades.
Oficina de brinquedos recicláveis - Faça com as crianças uma
oficina de brinquedos com materiais recicláveis e confeccione brinquedos como carrinhos,
bonecas, bichos, etc. Objetivos: treinamento motor, criatividade,
liberdade de expressão, concentração e socialização. Nessa fase de adaptação
escolar, a criança desenvolve também, habilidades de expressar as vivências
emocionais.
Modelagem - Distribua massa de modelar para as crianças e deixe que
elas experimentem as transformações e a textura desse material. Converse com
elas sobre as diferenças de cores e texturas. Objetivos: nesse período
de adaptação, a criança, por meio da modelagem, expressa livremente o seu
pensamento e suas habilidades, ajudando a descarregar suas tensões emocionais e
dando- lhe calma e segurança.
Dobraduras - Faça com as crianças as dobraduras mais simples
(dobrar o papel ao meio) - cabana; depois, comece a ensinar outras maneiras,
dobrando novamente ao meio etc. Ex. barquinho, casinha, cachorrinho etc. Objetivos:
adquirir habilidades e formas próprias construindo e modelando; expressar
vivências emocionais, habilidades na execução de trabalhos de expressão
plástica.
Fonte: Revista Educação Infantil ( www.edminuano.com.br)
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