Os professores que trabalham com
crianças de educação infantil costumam se deparar com situações complicadas.
Uma delas é a “lição de casa”. Sabe-se que muitos pais pressionam os educadores
para que enviem atividades a seus filhos para serem feitas em casa, acreditando
que, dessa forma, eles irão aprender mais. No ensino fundamental, a função das
atividades extra- classe é de realmente reforçar o aprendizado dado em sala de
aula e ainda instigar um novo aprendizado por meio de pesquisas. Já na educação
infantil, essa função é mais ampla. Ela não apenas reforça o aprendizado, mas
desenvolve o senso de responsabilidade na criança pequena, pois terá que cuidar
da atividade, entregar para a professora sem amassar e na data combinada. Dessa
forma, elas funcionam para os pequenos como um desafio a ser superado. Ao fazer
isso, porém, o professor deve ter certeza de que o conteúdo foi assimilado em
classe e que a criança é capaz de realizar a atividade proposta, mesmo que
precise da ajuda dos pais.
O que muitos perguntam é se enviar as lições de casa
para os menores cumprem de verdade sua função. A resposta a essa pergunta nos
remete a algumas questões anteriores:
- Por que tradicionalmente se dá o dever, também chamado de “Para casa”, às crianças?
- Com que objetivo se dá “Para casa”?
- Esse objetivo é realmente alcançado? Em outras palavras, o “Para casa” dá retorno?
- Para as crianças, o “Para casa” é um castigo, um dever ou um prazer?
- Qual a vantagem de se dar “Para casa”?
Muitos educadores e pais não refletem sobre essas questões. Seguem apenas a tradição escolar do “Para casa”, "Lição de Casa" ou "Tarefa", sem questionar sua utilidade ou validade. Na verdade, o hábito de dar “Para casa” tem, sim, alguns objetivos — nem sempre claros para os educadores e os pais de ordem formativa, diagnóstica, sistematizadora, avaliativa, recuperadora/reforçadora, mas que só serão alcançados se o “Para casa” for:
- Significativo para a criança, ou seja, que atenda a seus interesses e sua necessidades.
- Bem planejado, elaborado e dosado, criativo, instigante e coerente.
- Orientado, esclarecido e justificado com antecedência pelo educador.
- Feito pela própria criança, de acordo com suas possibilidades.
- Utilizado no dia seguinte como fonte de ampliação, confirmação ou geração de conhecimento.
- Elogiado quando bem feito, questionado quando não feito e esclarecido quando incorreto.
- Revela o tipo e o nível de aprendizagem da criança.
- Explicita suas dificuldades específicas a serem atendidas
- Sistematiza e amplia os conhecimentos trabalhados na sala de atividades.
- Desenvolve habilidades individuais e interesses específicos, criando hábitos de estudo.
- Contribui para a formação dos valores da corresponsabilidade, da disciplina, do compromisso, da autonomia.
- Serve como “ponte” entre a escola e a família.
A LIÇÃO DE CASA..
Não tem função alguma quando se
transforma em uma atividade burocrática. Portanto, ela deve ser planejada e ter
conteúdo adequado a idade e ao que a criança aprendeu em sala de aula.
Tem uma função positiva quando
desafia o aluno, ou seja, não é mera repetição do que ele já faz na escola Além
disso, a criança precisa ter conhecimento prévio da lição para que possa
fazê-la sozinha, com a mínima ajuda dos pais.
ORIENTE OS PAIS PARA QUE:
Criem um ambiente confortável e
seguro para que seus filhos possam fazer sua lição de casa. Se possível sem
muitos atrativos para que não se dispersem.
Eles devem estar por perto nessa
hora para que, quando solicitado pela criança, possam ajudar.
Não apressem a criança. Cada uma
tem seu tempo e é natural que, nessa fase, ela demore um pouco mais para
realizara atividade proposta A lição não deverá ser realizada em frente à
televisão.
Na hora de explicar a importância
da lição, use temas cotidianos para mostrar que o que se aprende na escola pode
ser aplicado no dia a dia. Exemplos: matemática na hora da pagar contas no
supermercado, imigração japonesa para entender história e geografia.
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