Medos, temores e fobias. A
Educação Infantil constitui uma experiência necessária de “socialização” para a
criança. É o seu primeiro contato com um grupo de pessoas diferentes das de sua
família. É por isso que é comum que a criança chore em seu primeiro dia de aula
na educação infantil, já que sente com mais ou menos intensidade a separação de
sua mãe, experimenta um sentimento de abandono e angústia e um temor frente ao
novo. À medida que se desenvolve, a criança se depara com objetos, situações,
experiências cujas qualidades perceptivas resultam ameaçadoras.
O desenvolvimento cognitivo da
criança se mostra insuficiente para urna correta avaliação do perigo, avaliação
que se baseia em um conhecimento mais profundo o e complexo das características
e funções dos objetos ou situações. Estes temores são passageiros e desaparecem
com um maior desenvolvimento cognitivo. Alguns autores discriminam entre os
medos:
1) Medo de perigos reais: aqueles
que ameaçam a existência da criança (ex.: medo de estar aos cuidados de uma
pessoa que não conhece).
2) Medos de perigos imaginários:
objetos ou situações de cuja periculosidade a criança ouviu falar, e responde a
eles com demonstrações de ansiedade.
Anna Freud fala de “medos
arcaicos”, que seriam aqueles medos prematuros e de caráter universal: da
escuridão, da solidão, do desconhecido. Grande parte das crianças sofrem destes
medos ainda muito cedo, mas são transitórios em crianças com desenvolvimento
normal e desaparecem durante a primeira infância. A escuridão, a solidão, o
desconhecido, são significantes para a criança com “ausência materna”.
Os temores típicos da infância
revelam o quanto são inseguras as percepções nas crianças quando se encontram
sob a influência do medo. Nos momentos de angústia não conseguem distinguir o
que é possível do que não é. Durante o período intuitivo da inteligência entre
os2 e os 5 anos a regra vigente é a da transferência, ou seja, a generalização
de um caso particular a outro também particular, ex.: uma criança assiste a
morte de seu bichinho de estimação nas garras de um cachorro e pensa que, ela
ou sua mãe poderão, no futuro, ser as próximas vítimas. Em muitos casos há
crianças que mesmo possuindo um conhecimento maior sobre os objetos não se
tranquilizam. muito pelo contrário isto contribui para aumentar os temores e
depois virão os medos de terremotos, dos extraterrestres, da guerra nuclear O
perigo é conhecido e real, porém a angústia perante ele é excessivamente
grande. Nestes casos a angústia contagia o medo, transformando-se em fobia. O
autor Ajuriaguerra considera que as fobias nas crianças estão ligadas ao temor
injustificado e não razoável perante os objetos, seres ou situações frente aos
quais a criança reconhece o quanto é incoerente a sua reação. No entanto, a
dominam repetidamente enquanto que os medos seriam “percepções de perigos reais
diante de situações pressupostas ou de um perigo possível que venha do
exterior”. A diferença entre medo e fobia deve ser estabelecida sobre um
elemento de racionalidade; o perigo deve ser justificado para que não seja
considerado patológico. A questão não está na natureza do objeto ou em sua
periculosidade, mas sim na atribuição de perigo dada pela criança a partir de
sua vivência. A diferença entre medo e fobia se estabelece através do juízo da
realidade. “Terror, medo e angústia são usados equivocadamente como expressão
de angústia; pode-se diferenciá-los muito bem em relação ao perigo; a angústia
designa certo estado de expectativa frente e de preparação para ele. O medo
requer um objeto determinado. na presença do qual o sentirá, em compensação
chama-se terror o estado em que se cai quando se corre um perigo sem estar
preparado; destaca-se o fator da surpresa. Na angústia existe algo que protege
contra o temor (S. Freud). Quando orientar os pais a realizarem uma consulta
psicológica. Quando quaisquer destas manifestações forem expressas tanto no lar
como na escola, e sejam crônicas. A fobia infantil implica na instalação de uma
neurose com mecanismos estruturais específicos, que se manifestam na criança
através de uma visível alteração na adaptação, podendo variar de fobias a
objetos ou a situações específicas (ex. aranhas, cachorros, etc.) para logo deslocar-se
para fora provocando inibições, isolamento e sérias dificuldades na adaptação
social.
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