Conteúdos: Adição e subtração.
Ano: 1º ao 3º.
Tempo estimado: Dez aulas.
Material necessário: Objetos usados de diferentes tipos (como brinquedos, gibis e roupas), cédulas que imitem dinheiro de verdade, papel, canetas, lápis e etiquetas.
Flexibilização: Para alunos com deficiência intelectual.
A cada etapa, faça uma explicação antecipada para que o aluno com deficiência intelectual tenha mais segurança e autonomia para participar da atividade com descontração. Faça a mediação individual e dê tarefas mais específicas, que estimulem sua concentração para o raciocínio matemático. Valorize suas hipóteses e procure estimular avanços. É importante conversar com os alunos sobre os diferentes conhecimentos que cada um pode ter quanto ao uso e cálculos com o dinheiro e argumentar que isso pode depender da vivência social de cada um. Deve-se enfatizar que essa proposta amplia o conhecimento e que todos podem colaborar com a aprendizagem dos outros colegas, respeitando as diferentes estratégias.
Desenvolvimento: Faça um bilhete aos pais dos alunos informando os objetivos da atividade, e que os produtos trazidos à escola não serão devolvidos. Inicie, então, o trabalho com os pequenos. Organize-os em roda e explique o que é um brechó - uma loja que vende objetos usados - e proponha que reproduzam esse espaço na sala de aula. Peça que tragam dois itens de casa que queiram compartilhar com os colegas.
2ª etapa: Oriente os alunos a separar os artigos em grupos: brinquedos, gibis, roupas etc. Diga que se reúnam em grupos para decidir quanto cada produto vai custar. Nesse momento, observe as discussões e argumentos apresentados pelos estudantes. As crianças podem atribuir preços diferentes a produtos iguais. Se isso ocorrer, problematize esta questão: "Produtos iguais costumam ter preços diferentes?". Pode ser que elas respondam "sim" ( e a resposta não está errada, pelo menos quando se trata de lojas diferentes). Então, pergunte: "E na mesma loja, produtos iguais podem ter preços diferentes?". Aproveite para fazer uma pesquisa em alguma loja próxima. Em seguida, escreva os valores em etiquetas e peça às crianças que coloquem nas peças. Os valores definidos devem favorecer boas problematizações. Por exemplo: sugira alguns valores exatos, isto é, que possam ser comprados com uma nota sem troco ou que as crianças se apoiem nas contagens de 2 em 2. 5 em 5 ou 10 em 10. Em outros casos, oriente para que fiquem os números "quebrados", em que seja necessário compor o valor ou dar o troco. Observe se as crianças se apoiam no cálculo dos números redondos para resolver esses cálculos.
3ª etapa: Feito isso, é o momento de fazer a atividade de compra e venda. Oriente sobre como deve ser a organização da sala: as mesas podem ser colocadas lado a lado e, sobre elas, distribuídos os artigos. Os vendedores ficam atrás desse balcão e os compradores, em frente, para que possam escolher o que querem comprar - como aconteceria em uma loja. Divida os pequenos em dois grupos: em um primeiro momento, coloque como vendedores as crianças que utilizam estratégias de cálculo mais elaboradas para que interajam com os compradores e realizem conjuntamente alguns cálculos. Para os vendedores, entregue notas de 1 real e 2 reais para que possam fazer o troco nas negociações, e para os compradores distribua o mesmo valor total para cada um, variando a combinação de cédulas de 1 real, 2 reais, 5 reais, 10 reais e 20 reais. Diga que os objetos "comprados" serão levados para casa. Ofereça papel e lápis para o caso de alguma criança necessitar. Observe e anote as estratégias usadas por todos.
Avaliação: Analise suas anotações e, com base em algumas situações observadas no brechó, planeje outras "fictícias" para que todas as crianças possam pensar sobre os cálculos que representam desafio na atividade. Proponha que os alunos resolvam individualmente a seguinte questão: "No brechó da turma do 1º ano, Teresa comprou uma boneca por 5 reais e um gibi por 3 reais. Quanto ela gastou?". Depois, organize os estudantes em duplas para que eles comparem suas estratégias e expliquem como resolveram. Tente formar duplas com alunos que tenham utilizado procedimentos parecidos para calcular os valores do brechó, pois isso favorecerá a troca e a colaboração entre elas. Proponha que as duplas respondam às demais perguntas: "Para pagar a conta, deu uma nota de 10 reais. Vai dar para pagar a conta? Ela receberá troco? Quanto?". Para resolver a primeira parte desse problema, basta juntar o valor de cada produto. As resoluções iniciais das crianças costumam se basear na contagem (incluindo contar a partir de um dos valores ou descontar).
À medida que avançam no entendimento do sistema de numeração e na construção de um repertório aditivo, passam a utilizar também estratégias baseadas no cálculo. A segunda pergunta envolve a ideia de uma transformação negativa, isto é, uma mudança em uma sequência temporal: tinha 10 e paguei 8, com quanto fiquei? A complexidade reside na maneira como a pergunta é formulada. Em outro momento, selecione alguns procedimentos para discutir com a turma. Por exemplo, um que desenhou 10 tracinhos e depois riscou 8 e outro que contou de 8 a 10. Proponha que as crianças analisem se os dois procedimentos servem para resolver o problema, as semelhanças e diferenças entre eles e qual é o caminho mais econômico.
Fonte: Revista Nova Escola
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